Durante todo este tempo, o SIC-Luanda espera por resultados das investigações que estão em curso desde a noite do dia 25 do mês de Maio deste ano, quando o sindicalista e um seu amigo, Álvaro Estevão, foram abatidos alegadamente por dois agentes da Polícia Nacional (PN), no bairro Dangereaux, no Município de Talatona, em Luanda.

De acordo com fonte do SIC-Luanda, num primeiro momento, o caso tinha sido "fechado" como tentativa de assalto seguida de homicídio voluntário, mas, pouco depois, as dúvidas começaram a avolumar-se porque a arma usada ou as armas usadas, eram de calibre e tipo das em uso da PN.

"Até hoje não divulgámos o que pode ter estado na origem da morte do sindicalista porque ficámos condicionados devido à informação que recebemos dos peritos do Laboratório Central de Criminalística (LCC) que efectuaram os exames de balística forense para determinar que arma de fogo e munições foram utilizadas para executar as vítimas", disse ao Novo Jornal.

Ou seja, a descoberta da autoria do crime poderá estar dependente dos resultados dos exames forenses, "porque pode-se dar o caso de se tratar de elementos afectos à corporação ou indivíduos particulares que usaram armas da corporação para consumação do crime", referiu.

O SIC acrescentou que a investigação criminal continua a procurar novas pistas para esclarecer a morte do antigo secretário do SIMPTENU e do seu amigo.

"O SIC-Luanda continua a trabalhar no caso e em novos elementos para tentar descobrir a autoria do crime e se possível descobrir se existe um mandante", afirmou.

Na data dos factos, o porta-voz do Ministério do Interior, comissário Waldemar José, deixou claro, numa conferência de imprensa, que não se pode afirmar que foram os efectivos da Polícia Nacional quem assassinou os dois homens, porque tudo ocorreu numa rua escura, facto contrariado pela vizinhança, que afirma que a rua tem muita iluminação.

O comissário tinha garantido também que a Polícia Nacional recolheu o corpo do jovem sindicalista e do seu amigo e inspeccionou o lugar do crime, facto desmentido pelos familiares, que asseguram que foram os vizinhos quem levaram os dois jovens ao Hospital Geral de Luanda, ainda com vida.