Em comunicado, a instituição refere que o empréstimo será concedido pelo Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que integra o grupo Banco Mundial, e financiará, em termos gerais, o reforço das habilidades técnicas, institucionais, de gestão e de marketing de 150.000 agricultores.
Permitirá melhorar a capacidade de especialistas agrícolas do Governo angolano, bem como de instituições de investigação agronómica, prestadores de serviços agrícolas privados e Organizações Não-Governamentais, apoiando a criação de cadeias de valor, acrescenta o comunicado do Banco Mundial.
O empréstimo financeiro "ajudará a estabelecer e reforçar as associações de pequenos agricultores", a "melhorar a competência técnica e gestão" dos pequenos agricultores, bem como o reforço da comercialização.
"Angola tem um grande potencial na agricultura, com os seus estimados 35 milhões de hectares de terras aráveis, dos quais menos de 4 milhões de hectares estão actualmente sob cultivo. Mais importante, o projecto é muito importante para melhorar a subsistência de muitos pequenos agricultores pobres no planalto central de Angola, aumentando a sua produtividade agrícola e as articulações para os mercados", refere, citada no mesmo comunicado, Clara de Sousa, representante residente do Banco Mundial para Angola e São Tomé e Príncipe.
"Este sector tem potencial para empregar a grande maioria dos pobres das zonas rurais, assegurando maior inclusão de crescimento, reduzindo os gastos com a importação de alimentos para o país e combater a desnutrição que afecta 30% de crianças com menos de cinco anos de idade em todo o país", recorda o Banco Mundial.
O ministro da Agricultura de Angola, Afonso Pedro Canga, disse ontem, 12, que o país tem um potencial de sete milhões de hectares para perímetros irrigados, para a produção agrícola, mas apenas 45.000 hectares de terrenos estão em utilização, envolvendo nomeadamente investidores privados.
"O que é manifestamente pouco para o nosso potencial de terras irrigáveis", reconheceu.
Mais de dois milhões de famílias angolanas vivem da agricultura, sector que emprega no país 2,4 milhões de pessoas e que conta com 13.000 explorações empresariais.