A ponte que tem 60 metros de cumprimento e 12 de largura é herança dos tempos da outra senhora, tal como outras tantas e conseguiu resistir ao conflito armado tipo nada, suportou durante décadas toneladas de carga por cima, sempre numa linda calma a xixilar, mas sem tombar, pelo menos recentemente, por falta de manutenção e ampliação como deve ser. Até nos faz lembrar da garra que os antigos combatentes têm e a resiliência que faz parte do dna dos kotas que sobreviveram bué de mambos malaiques, mas que nem sempre conseguem travar um combate digno contra o paludismo, a fome ou a outra situação socioeconómica que os aflija.

A ponte situada sobre o Mucoso, rio que durante o ano fica quase sempre "seco", sem água a superfície, mas que apesar de tudo tem muita vida e onde os bagres são apenas exemplos, está em perigo de ruir totalmente, porque o caudal do rio subiu muito, a correnteza está forte e como as bases estão a fracas por causa da exploração de inertes que aconteceu durante algum tempo, segundo informações oficiais, facto que apesar de ter sido alertado há meses, alguns ouvidos de moco terão andado por lá a fingirem-se de surdos e a ligarem o modo "don"t care", que hoje traz consequências para milhares de famílias e para o pais, visto que a via do Dondo permite chegar ao sul e ao leste, sem esquecer aos aproveitamentos hidroeléctricos do médio Kwanza.

A ponte é famosa porque dá as boas vindas à quem entra ao Dondo, via Maria Teresa, a sair de Luanda e apesar de velinha ainda dava para o gasto.
Existem duas alternativas criadas. A oficial é a volta que todas as viaturas são convidadas a dar por Maria Teresa até à entrada de Ndalatando, onde desviam para subir o famoso morro do Binda que muitas histórias e estórias coleciona. Tal via não está e bom estado, isso para ser educado, porque o correcto seria dizer que a via está péssima, horrível, com buracos, crateras e outras cenas que causam pesadelos aos bolsos dos automobilistas saturados com tudo e que ainda são obrigatoriamente convidados a pagar um tal de ivême... há capim a invadir o percurso, árvores a virem espreitar quem passa com os galhos a darem kandando aos vidros e chaparias e outras situações estranhas que podiam e odem ser corrigidas e bem naquela estrada coxita. A segunda é ir com carro até a entrada do Dondo, mangueirinhas, e dai seguir a pé pela tal ponte...
O que houve no fim de Fevereiro foi apenas mais um alerta para as várias situações que cafricam o Dondo e outas localidades que apesar de terem um grande potencial socioeconómico continuam a xixilar por "jimola" de quem ainda não sabemos que as tire da dibinza.

Não é a primeira vez que uma das pontes locais tomba, há alguns meses foi a outra que está em Cacesse, ao lado dos bombeiros, sobre o Kapakala que foi levada pela forte correnteza das águas pluviais que banharam a cidade em direcção ao Kwanza e que quase arrastou o quartel dos bombeiros que têm como missão salvar vidas. As obras estão a decorrer, mas apercebemo-nos que ainda precisam de reforçar as margens do tal rio para que as águas não canjonjem mais as bases e levem a nova milionária ponte.
Derramado que está o maruvo sobre a ponte do Mucoso, e que nem precisou de inauguração para tal, como tem sido banga ou praxe, alias, a banga é com champanhe, vamos recolher os cacos e ver como é que se pode resolver as makas que nascem bué tipo tortulho em tempo de chuva no Huambo. Os habitantes do Dondo enquanto observam as obras de recuperação da ponte e buscam por alternativas para entrarem e saírem da banda, levantam algumas questões:

Até quando é que as pontes do Dondo continuarão a cair?
Que outras alternativas podem ser criadas para amenizar os danos da queda de uma ou das duas pontes?
Será possível ter duas ou mais vias de acesso à cidade?
Porque razão o comboio não tem sido usado como alternativa ao encerramento da estrada? Custa assim tanto ter locomotivas e carruagens a levarem pessoas e carga ao Dondo e vice-versa? Não é viável?
Quem vai compensar as perdas que os negociantes terão com o encerramento da circulação rodoviária? Como por exemplo as quitandeiras, algumas idosas, das pracinhas ao longo da via?
Não deviam reparar (tapar buracos e crateras, alargar a via, cortar o capim nas bermas) na via alternativa de Maria Teresa ao morro do Binda?

As barracas ao longo da marginal do Kwanza estão a perder clientes, o peixe fresco, seco e fumado também tem tido sofrido baixa, como outros produtos e serviços locais e não só.
Como é que o novo governador provincial deve estar a ver essa calorosa recepção?
Ajudem o Dondo a não voltar a ficar isolado, ouçam e resolvam o que aflige quem mora, trabalha e passa por lá. Ajudem boa energia do pessoal a voltar a fluir pelo Kwanza.