O candidato do MPLA e também Presidente da República desde 2017, ano em que substituiu no cargo José Eduardo dos Santos, que morreu a 8 de Julho, em Espanha, e quando a sua morte está envolta em polémica devido à posição dos seus filhos mais velhos, nomeadamente no que respeita à realização do seu funeral em Angola, disse que "a maior alegria dele será `ver" o seu MPLA a ganhar as 5ºs eleições gerais em Angola".

"A vida continua e essa será a melhor forma de honrar a memória do do Presidente José Eduardo dos Santos", atirou João Lourenço, obtendo forte aplauso dos milhares de pessoas que assistiam ao seu discurso, na Camama, em Luanda.

Mas antes, lembrou que é a José Eduardo dos Santos que Angola deve a paz e a reconciliação que se vive há cerca de 20 anos, que é "o bem mais precioso para ser possível desenvolver o País".

Sublinhou a grande mobilização para o comício de hoje, que abre a campanha eleitoral, e que acontece num momento em que todos, "os militantes do MPLA, e, de forma geral, os cidadãos angolanos", ainda sentem a dor do desaparecimento físico de José Eduardo dos Santos, "um grande filho de Angola que dedicou toda a sua juventude e muitos anos de governação, em momentos muito difíceis que o país atravessou, mas soube usar da sabedoria para acabar com a guerra que ameaçava destruir o País".

"Aproveito a oportunidade para salientar o civismo e o respeito demonstrado pelos angolanos e por todos aqueles estrangeiros que se quiseram juntar à nossa dor nos sete dias de luto nacional e nos quais decorreram as homenagens ao presidente José Eduardo dos Santos".

João Lourenço, depois da aposta forte na homenagem ao seu antecessor, avançou para uma das mais volumosas obras dos últimos anos em Angola, o novo Aeroporto de Luanda Dr. Agostinho Neto, anunciado a sua inauguração para o próximo mês de Abril, em 2023.

Anda sobre este "trunfo" de campanha, o candidato do MPLA acrescentou que com o novo aeroporto vai surgir uma "cidade aeroportuária" que servirá para facilitar a vida aos utilizadores da infra-estrutura aeroportuária, desde empresários aos turistas que demandem o País.

Sublinhou que se trata de um investimento que vai criar "muitos empregos e muito dinheiro" a Angola, desafiando ao empresários nacionais e estrangeiros a apostar nesta nova realidade que se avizinha.

E, entre muitas outras promessas eleitorais, o presidente do MPLA apontou como certo o alargamento para breve da estrada Kifangondo-Caxito, que conecta as províncias de Luanda e do Bengo.

Avançou ainda que as vias que ligam as províncias de Luanda, Benguela e Huambo também vão ser alvo de intervenções quadro da melhoria da mobilidade rodoviária nacional.

Referindo-se ao emprego, que tem sido uma das armas de arremesso a oposição, que insiste em recordar a promessa de João Lourenço em 2017, de criação de 500 mil empregos, o candidato do MPLA acusou "uns certos políticos" de "não quererem ver o que toda a gente vê", que é a criação diária de "muitos empregos em Angola".

"O emprego é essencial e o Executivo está a criar condições, um ambiente de negócios favorável à criação de emprego, para atrair investidores privados, de forma a ter mais fábricas, mais emprego disponível", disse, sublinhando ainda que a economia nacional "começa a ganhar pujança" e sobre a qual "todos dizem que Angola é um bom destino para o investimento e isso representa emprego".

Recordou as privatizações de unidades fabris que não davam emprego nem produziam e agora já começam a criar resultados.

"Acertamos porque quem tem vocação para dirigir empresas é o sector privado, porque este visa o lucro e têm de funcionar bem e para funcionar bem precisam de empregar pessoas, só não vê quem não quer ver", alertou, deixando uma crítica irónica ao lembrar "uns certos políticos que usam óculos de sol em plena escuridão" para não verem os resultados da sua política de criação de emprego.

Lembrou os milhares de profissionais que estão a entrar no mercado de emprego na saúde e na educação.

João Lourenço disse que, por opção, não falaria hoje do dia 24 de Agosto, prometendo regressar a Luanda para o fecho da campanha onde o MPLA está a criar o que falta das condições para dar um "xeque-mate" aos partidos da oposição, com uma votação massiva no "nº 8", a posição do MPLA no boletim de voto.

Casa Cheia

Com milhares de apoiantes do que MPLA encheram o distrito urbano de Camama, no município de Talatona, naquele que foi o maior encontro de abertura da campanha, João Lourenço, disse que o MPLA vai ganhar as quintas eleições gerais no Pais.

O presidente do MPLA disse que o número 08 não é só ele, mas são todos os angolanos.

"O número 08 veio para marcar golos, quem não marca sofre", referiu o presidente do MPLA frisando que o seu partido vai marcar mais golos.

O Presidente do MPLA reconheceu que a província de Luanda enfrenta muitos problemas de saúde, educação, saneamento básico... mobilidade que caso o MPLA ganhe as eleições serão corrigidos.

João Lourenço anunciou que vão entrar em circulação nos próximos dias 1.500 autocarros na província de Luanda.

"As negociações estão em curso para o funcionamento de metro de superfície que vai ligar a cidade de Kilamba e o Porto de Luanda", anunciou o Presidente do MPLA.

Disse por outro lado, que Luanda vai ter um terminal marítimo que vai entrar em funcionamento a partir do mês de Setembro deste ano.

O Presidente do MPLA destacou igualmente a reabilitado da refinaria de Luanda que quintuplicou a sua produção.

"Angola é um dos países produtor de petróleo, mas paga muito dinheiro com a importação dos derivados refinados. Temos que contornar esta situação coma construção das refinarias do Lobito, Soyo e Cabinda", disse.

O Presidente do MPLA, disse que riscou a sua vida quando visitou pela primeira vez a o hospital sanatório de Luanda, que desde a sua construção nenhum presidente tinha visitado.

"Está aí o hospital. O Executivo investiu seriamente no sector de saúde e vamos continuar", disse.

O presidente do MPLA reconheceu as dificuldades no abastecimento de água na cidade de Luanda, criticando que, "muita gente faz o garimpo de água para prejudicar às populações".

Para garantir uma vitória do MPLA, o líder do partido aconselhou os seus apoiantes a certificarem-se não só de que vão às assembleias de voto no dia 24 de Agosto como votarão correctamente.

Lotada de bandeiras do partido o distrito urbano de Camama, se transformou em palco do que foi classificado pelos militantes como o maior comício do MPLA na corrida eleitoral de 24 de Agosto".

João Lourenço reafirmou o compromisso com os eleitores de continuar trabalhando para o desenvolvimento do País.

Voz dos militantes

O Novo Jornal conversou com algumas pessoas que estavam presentes no comício, perguntando sobre a motivação de sua presença e o que essas pessoas esperam das eleições de 24 de Agosto.

Francisco Adão por tem 55 anos e é membro do MPLA, no município de Viana, veio ao comício de abertura da campanha eleitoral do MPLA porque acredita que a eleição de João Lourenço é "a esperança do povo angolano poder voltar a estudar, a ter sua casa própria, um salário justo e economia robusta".

Bernardo Neto, 43 anos de idade, espera uma melhoria no País e acredita em João Lourenço é a pessoa certa para o desenvolvimento de Angola.

Além disso, afirma que "o País precisa de reformas para haver emprego, boa saúde, educação, saneamento básico...".

Com opinião semelhante, Orlando Lucas, espera que o futuro Governo do Presidente João Lourenço ajude a resolver o problema da fome e miséria.

O deputado da bancada parlamentar do MPLA, Tomás da Silva, disse que João Lourenço vai dar continuidade às acções políticas, económicas e sociais que o País precisa.

"O líder do nosso partido sempre procurou direccionar as suas ideias, desafios e objectivos para os principais problemas que afectam as populações e que, durante muito tempo, destruíram as bases sólidas da sociedade civil e dos angolanos, como a corrupção, nepotismo, bajulação e o tráfico de influência", disse.

Na sua opinião, o MPLA sempre aceitou a luta democrática por ser uma via necessária para se alcançar o poder e tem que ser feita com responsabilidade e serenidade.

Pedro Diavova, um outro deputado do MPLA, disse que o seu partido está mais forte que nunca para ganhar às eleições de 24 de Agosto.

"Teremos nestas eleições a maioria qualificada assegurada e Presidente João Lourenço será reeleito como Presidente da República", espera Pedro Diavova.

O porta-voz do MPLA, Rui Falcão disse que com a abertura da campanha eleitoral, as condições estão criadas para o MPLA vencer às eleições deste ano.

"Vamos iniciar uma verdadeira batalha que levará o MPLA a vencer as eleições. Nós temos o melhor programa de governação para o bem do País", disse o porta-voz do MPLA.