João Lourenço reforçou este posicionamento durante o banquete oficial oferecido pelo Presidente da República da Coreia, Yoon Suk-Yeol, no quadro da sua visita oficial de dois dias a este País asiático, onde pediu maior frontalidade e coragem da comunidade internacional na gestão das crises mundiais.

"As situações no Sudão e na República Democrática do Congo afiguram-se bastante preocupantes a julgar pelo elevado número de mortos, feridos, deslocados internos e refugiados que criam, pela grande destruição das infra-estruturas e roubo dos recursos minerais e outras riquezas nacionais", referiu.

"Têm sido feitos esforços no sentido de ajudar esses países a encontrar os caminhos do diálogo, para se alcançar a paz duradoura e poderem-se dedicar ao seu desenvolvimento económico e o das comunidades regionais em que estão inseridos", acrescentou.

O Chefe do Estado manifestou a sua preocupação com o grave conflito que ocorre no Médio Oriente entre Israel e a Palestina, que tem vindo a ter amplas repercussões regionais, com risco de escalar para uma preocupante confrontação entre vários países dessa zona, o que já começa a acontecer com a intervenção militar directa de outros actores.

"Estes aspectos devem ser objecto de atenção e de preocupação muito especial por parte de toda a comunidade internacional, de modo a agir-se para que Israel e o Irão mantenham a máxima contenção possível", referiu, salientando que não haverá solução para o problema se não se tiver em conta os interesses do povo palestino e o seu direito à autodeterminação e à criação do Estado palestino independente e soberano.

Quanto a esta visita, Lourenço disse que um dos principais motivos foi absorver e perceber as dinâmicas que estiveram por detrás do desenvolvimento deste país asiático e procurar que o Governo de Seul possa colaborar com Luanda de forma a caminhar de forma firme e segura na construção de uma economia forte.

Lembrou que Angola e a Coreia do Sul têm um passado de 31 anos de intercâmbio comercial, mas, apesar do que foi feito, ainda muito está por fazer face ao potencial imenso dos dois países nas mais variadas dimensões do desenvolvimento.

João Lourenço, deixou esta terça-feira Seul depois de cumprir uma visita oficial de 48 horas, com vista ao reforço da cooperação bilateral.

Na capital sul-coreana, João Lourenço manteve um encontro privado com o seu homólogo coreano, Yoon Suk-Yeol, e encabeçou a delegação angolana nas conversações oficiais entre os dois países.

Presenciou a assinatura de quatro Memorandos de Entendimento, ligados aos sectores do comércio, saúde, ordem pública e diplomática para o reforço da relação bilateral.