Com o Congresso Nacional Africano (ANC), seu antigo partido, em sérias dificuldades eleitorais depois de 30 anos de governação, desde a queda do apartheid, em 1994, onde se acumularam problemas sociais devastadores, como desemprego recorde e inflação galopante, as possibilidades de Zuma estavam em crescendo.
No entanto, com esta decisão, Jacob Zuma e o seu MK, designação que foi igualmente contestada na justiça pelo ANC devido à semelhança com a antiga organização militarizada do partido de Nelson Mandela, estão arredados de uma das mais importantes eleições na democracia sul-africana.
O anúncio da desqualificação de Zuma foi feito hoje pelo tribunal superior mas, a pouco mais de uma semana das eleições, esta decisão pode ser o rastilho para uma convulsão social, especialmente na província natal do antigo Presidente, o Kwazulu-Natal onde este tem grande notoriedade.
Especialmente porque esta decisão, sendo emitida pelo tribunal de mais alta instância, não permite recurso, o que impede em definitivo a sua candidatura.
Esta decisão está a ser fortemente criticada pelos apoiantes de Zuma, que acusam o ANC de estar a afastá-lo da corrida eleitoral por saber que isso seria um forte desafio à continuidade do seu poder, marcado pela corrupção, desemprego, inflação e conflituosidade social nos últimos anos, tendo esse contexto acelerado durante o actual mandato de Cyril Ramaphosa.
Todavia, apesar deste cenário difícil, as sondagens não deixaram de dar o ANC e Ramaphosa como favoritos, embora com margens muito menores quando comparadas com eleições passadas.