Segundo o relatório, apresentado esta quinta-feira, 19, pelas Nações Unidas, a exploração de diamantes agrava o risco de "escravatura moderna" no país. Esta é uma actividade que "nas últimas décadas, surge ligada à tortura, homicídios e deslocações forçadas, e assenta tanto em trabalho infantil como em trabalhos forçados", lê-se no documento.

A realidade angolana faz do país o segundo pior da lusofonia, com 199 mil "escravos modernos", conceito que, no âmbito do Índice da Walk Free, para além do trabalho forçado, engloba outras situações como servidão por dívida, casamento forçado ou tráfico de seres humanos.

A análise das diferentes dimensões coloca Angola na posição 21 a nível regional - entre 51 países analisados - e na 39.ª a nível global, considerando as condições de 167 países.

No 'ranking' da lusofonia, depois do Brasil e Angola surgem Moçambique, com 152 mil "escravos modernos", Portugal com 26 mil, Guiné-Bissau com 13 mil, Timor-Leste com 10 mil, Guiné-Equatorial com 7 mil e Cabo Verde, com 2 mil, enquanto São Tomé e Príncipe não foi reportado.

Tendo em conta o número absoluto de pessoas consideradas como integrantes da "escravatura moderna", a Índia (7,99 milhões de indivíduos estimados), China (3,86 milhões), Paquistão (3,19 milhões), Coreia do Norte (2,64 milhões), Nigéria (1,39 milhões), Irão (1,29 milhões), Indonésia (1,22 milhões) e República Democrática do Congo (1,05 milhões) são os países com mais de um milhão de "escravos", circunstância que não se pode desligar do facto de serem dos países mais populosos do mundo.