António Miguel Ferraz, Belo Kifua, Fernando Henriques Teixeira e Honorilton Gonçalves são acusados dos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais e violência doméstica.

Passados quatro meses, desde que o tribunal começou a julgar os arguidos deste mediático caso, esta quinta-feira os juízes vão apresentar a decisão final sobre os crimes de que os visados foram acusados pela "ala" dos conhecidos pastores dissidentes.

O juiz Tutri António, tem apelado, nas últimas sessões, ao diálogo e ao perdão entre as duas "alas" e avisou que a questão da liderança da IURD não será resolvida com a decisão do acórdão.

O Ministério Público (MP) pediu a condenação dos arguidos e afirmou que os mesmos fazem parte de uma organização criminosa de cariz internacional que se dedica fundamentalmente à arrecadação fraudulenta dos dinheiros dos fiéis e que também enviavam de forma clandestina divisas para o Brasil.

Durante as sessões de discussão e julgamento, os arguidos negarem em tribunal todas as acusações que pesam sobre si e a igreja.

O advogado da parte queixosa, David Mendes, que representa a "ala" dos pastores dissidentes da IURD (conhecida como ala angolana), mostra-se confiante na condenação dos quatros arguidos por entender que cometeram os crimes que são acusados.

Os advogados dos quatros réus acreditam na absolvição, por entenderem que nada foi provado em tribunal e sustentam que há uma intensão clara de manchar os nomes dos arguidos e da IURD.

Em Angola, a IURD está dividida em duas igrejas com o mesmo nome, sendo que ambas alegam ser os representantes legítimos junto das instituições.

Uma fonte da Polícia Nacional assegurou ao Novo Jornal que no município de Luanda a polícia está reforçada com meios e homens para dar cobertura ao tão esperado dia da decisão final desde mediático "caso IURD".

O Novo Jornal soube que esta quinta-feira, milhares de fiéis da IURD estarão concentradas na Marginal de Luanda e em outros pontos da cidade em orações, para que haja uma justa decisão a favor da igreja.

A luta na IURD teve início em Novembro de 2019, quando um grupo de mais de 300 pastores angolanos subscreveram um manifesto em que renunciavam integrar a igreja sob direcção brasileira, originando assim a separação.