A atravessar um período de greve marcada pelo Sindicato dos Pilotos de Linha Aérea (SPLA), por um período de 10 dias, que deve terminar a 16 de Outubro, a TAAG tem recorrido a aviões alugados, com tripulações externas à empresa, para ultrapassar os constrangimentos da paralisação, como era o caso deste voo para a capital portuguesa.

Uma das passageiras afectadas pela interrupção do vôo minutos antes da hora prevista para o "take off" contou ao Novo Jornal que se dirigiu ao aeroporto com a família na expectativa de que seria um "vôo normal", ou pelo menos, "sem nada que indicasse o contrário", quando aconteceu o episódio do anúncio de não poderia prosseguir.

"Estivemos uma hora e meio dentro do avião e quando esperávamos levantar vôo, somos informados de que teríamos de sair sem qualquer explicação", contou esta passageira ao Novo Jornal, acrescentando que alguns dos passageiros já tinham sido transferidos de um vôo de Domingo.

Contactada a assessoria de comunicação da TAAG, foi dito ao Novo Jornal que uma explicação para o sucedido seria dada até ao final do dia de hoje ou até à manhã de terça-feira.

O vôo para Lisboa desta segunda-feira seria, se não fosse interrompido, num dos aviões fretados à portuguesa HyFly pela TAAG com tripulação estrangeira, o que o SPLA, aquando do anúncio da greve, enfatizou ser "ilegal" porque a lei não permite que a empresa subsitua os funcionários em protesto laboral por outros, bem como os equipamentos, como é o caso dos aviões.

O SPLA que deu iniciou na sexta-feira, 07, a um período de greve de 10 dias, para exigir da administração da TAAG um reajuste salarial e valorização profissional, acusando a empresa de ter contratado pilotos estrangeiros para este período.

A informação foi avançada pelo Sindicato de Pilotos de Linha Aérea no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, tendo assegurado que os pilotos angolanos não têm nada contra os pilotos estrangeiros contratados, mas lamentam o facto de a companhia ter que gastar mais dinheiro na contratação destes pilotos.

"Somos apologistas que se devem trazer para bordo aqueles que agreguem valor e não para os que apenas venham encarecer o custo da companhia", explicou Miguel Prata, presidente do sindicato dos pilotos da TAAG, uma empresa que o Governo mantém na lista das que são para privatizar parcialmente em breve.

Segundo Miguel Prata sublinha ainda que a Lei da Greve é clara ao dizer que não se pode substituir os profissionais em greve por requisição civil. "Agora, os advogados que interpretem".

O sindicalista assegura que há uma clara violação às normas e que o sindicato irá fazer as queixas devidas.

Mas a companhia nacional de bandeira já tinha advertido, antes da greve ter início, que, para garantir a continuidade da sua operação, iria recorrer ao aluguer de serviços, realojar passageiros noutras companhias aéreas, e facilitar a alteração de datas de viagem sem qualquer penalização para os clientes e passageiros afectados por esta paralisação.

O Novo Jornal aguarda uma reacção da TAAG.