A forma como as autoridades chinesas temem que esta data tenha sido escolhida pelos manifestantes que há largos meses se batem em protestos consecutivos, muitos deles de extrema violência e com milhões de pessoas na rua, contra as interferências de Pequim na vida política do território, levou o próprio Presidente Chines a vir a público falar sobre o assunto.
Xi JInping aproveitou uma recepção em Pequim integrada nas celebrações oficiais para dizer, num recado dirigido a Hong Kong, que a China vai continuar a respeitar de forma total a autonomia alargada da região e as liberdades inerentes.
Com o horizonte repleto de avisos sobre as intenções dos milhões de manifestantes pró-democracia de Hong Kong em não deixar passar esta data de grande simbolismo para o Partido Comunista Chinês (PCC), que rege o gigante asiático com mão-de-ferro desde que Mao Zedong fundou a República Popular da China em 1949, as autoridades em Pequim parecem ter percebido que a melhor resposta a este problema é ir de encontro a algumas das preensões dos manifestantes.
Esse momento serviu de "click" para uma mais alargada e profunda revolta popular contra o prazo legal para a manutenção da autonomia, acordada aquando das negociações com Londres para a entrega do território à China, em 1997 - dois anos antes de Macau, o antigo território sob administração portuguesa - para durar até 2047, que agora os lideres dos protestos querem garantir que a autonomia alargada se prolongará para além desta data.
Nas suas declarações em Pequim, Jinping prometeu que a fórmula "um país, dois sistemas" vigorará, mantendo o profundo grau de autonomia legislativa e judiciária, ao mesmo tempo que se comprometia respeitar o sistema legal de Hong Kong