No âmbito dos seus esforços de pacificação no continente, o Presidente João Lourenço promoveu, nos últimos cinco meses, três cimeiras quadripartidas (Angola, RDC, Ruanda e Uganda), consagradas a questões de segurança e cooperação regional.

Em Agosto do ano passado, os Presidentes do Ruanda e do Uganda rubricaram, na capital angolana, Luanda, um Memorando de Entendimento para pôr fim ao conflito na fronteira entre os dois países.

O entendimento foi alcançado com a mediação de Angola e da RDC.

Na altura, o Presidente João Lourenço deixou expresso que o acto era fundamental e um caminho importante para a paz nos dois países e na região.

Para além da participação na 33ª Cimeira da UA, o Chefe de Estado angolano deverá ter encontros com outros Chefes de Estado e de Governo e representantes de organizações internacionais.

A 33ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estados e de Governo da UA ocorrerá sob o lema "Silenciar as armas: Criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de África".

Este ano, além das questões de integração económica, será discutida a temática da paz no continente e a agenda 2063 que visa, essencialmente, alcançar uma África próspera e pacífica.

A agenda 2063, o plano mestre para transformar África na potência global do futuro, circunscreve-se ao período 2013 - 2063.

A questão da segurança em África será profundamente discutida durante a cúpula, com intuito de mobilizar todo o mundo e os africanos, em primeiro lugar, para essa necessidade.

A cimeira vai abordar também o tema ligado à reforma institucional da organização, um processo iniciado há mais de três anos e que tem como líder o Presidente do Ruanda, Paul Kagame.

No encontro dos líderes africanos, o Presidente ugandês deverá apresentar o relatório final do projecto de reforma geral, que visa tornar as estruturas da UA menos burocráticas, mais funcionais e adaptadas aos desafios dos novos tempos.

A cimeira deve, também, debater a consolidação do processo que levará ao estabelecimento definitivo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), cujo relatório será apresentado pelo Estadista do Níger, Mahamadou Issoufou, na qualidade de líder da ZCLCA.

A sessão de abertura contará com as intervenções de Abdel Fatah Al-Sisi, Presidente do Egipto e em exercício da UA e do Chefe de Estado do país que assumirá a presidência rotativa da organização continental, a África do Sul.

Devem ainda intervir o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, que deverá apresentar um relatório sobre a situação de paz e segurança em África e as acções empreendidas pela organização relativas à matéria.

Outra intervenção esperada é a do Secretário-Geral das Nações Unidas, o português António Guterres, do secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul-Gheit, bem como do Presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas.

Tal como a sua antecessora, a Organização da Unidade Africana (OUA), a União Africana (UA) promove a integração regional como forma de desenvolvimento económico e o objectivo final é a completa integração das economias de todos países da África, numa Comunidade Económica Africana.