Os manifestantes saíram ao som de aplausos de familiares e amigos que não arredaram pé das cercanias da cidadela, para onde foi transferido o julgamento depois de a defesa ter pedido uma sala com melhores condições do que a das sessões anteriores, que decorreram no Tribunal Provincial de Luanda.

Os activistas Nito Alves e Laura Macedo fazem parte do grupo de 71 condenados por desobediência e vão ter de pagar uma multa de 20 kwanzas por dia, assim como 10.000 kwanzas de taxa de justiça e 2.000 kwanzas para o defensor oficioso. Já o secretário-geral da juventude da UNITA (JURA), Agostinho Kamuango, foi absolvido de todas as acusações.

Na manifestação de 24 de Outubro foram também detidos vários jornalistas no exercício da profissão, mas foram libertados, sem acusação, no dia 26 de Outubro.

Há, no entanto, duas pessoas que ainda não foram ouvidas (um jovem mudo e um outro que está isolado por ter sido diagnosticado com covid-19) e o Ministério Público poderá ainda solicitar certidão para abrir um processo à parte para as julgar.

O julgamento começou na segunda-feira com a audição de um primeiro grupo de cerca de 25 jovens, na 3ª secção do Tribunal Provincial de Luanda "Palácio D. Ana Joaquina", mas os 103 detidos foram todos levados para o "Dona Joaquina".

Nas imediações do TPL, centenas de pessoas, entre estes amigos e familiares dos detidos, juntaram-se gritando palavras de ordem em que exigiam a libertação imediata dos jovens que participaram na manifestação de sábado, que foi reprimida de forma violenta pela Polícia Nacional.