Segundo o comunicado emitido pela Santa Sé, através do seu boletim oficial, João Lourenço e Francisco detiveram-se com especial incidência no acordo bilateral assinado a 13 de Setembro último no Vaticano, onde ficou definido o quadro jurídico que rege as relações entre a Igreja Católica e o Estado angolano.

Esse mesmo acordo, assinado, pela parte angolana, pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e pela Santa Sé, pelo secretário das Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher, na Sala dos Tratados, no Vaticano, plasma o reconhecimento do Estado angolano da personalidade jurídica da igreja e das suas instituições.

Com este documento, assinado em Setembro e hoje revisitado por João Lourenço e Francisco nesta conversa de 30 minutos, ficou ainda claro, como recordou na altura o site Vatican News, o livre exercício da missão apostólica e a contribuição especifica da igreja católica nas diferentes áreas da vida social angolana.

Mas o documento salvaguarda igualmente a "independência e autonomia" de ambos os Estados, que assumem ainda o seu compromisso em "colaborar para o bem-estar espiritual e material da pessoa humana, bem como para a promoção do bem comum".

Após o encontro de hoje, o Boletim da Santa Sé sublinha as "boas relações entre a Santa Sé e Angola", tendo sido enaltecidos a "contribuição da igreja católica em inúmeros sectores da sociedade" angolana.

À reunião de Lourenço e Francisco, sucedeu a tradicional troca de presentes

O Presidente João Lourenço ofereceu um quadro. "Mãe Alegre", uma obra do artista angolano Guizef, nome artístico de Augusto Zeferino Guilherme, enquanto o Papa ofereceu ao seu homólogo angolano, um livro sobre São Martinho, bispo de Tours que morreu no ano de 397 d.C.

Este livro conta a história do 3º Bispo de Tours, Diocese do do centroeste de Fança, que foi um dos mais notáveis santos da cristandade e que, antes de ingressar no universo eclesiástico - e talvez por isso a escolha do Papa para presente ao também general João Lourenço - foi oficial militar.

Apesar de ter abandonado a instituição militar, São Martinho ficou conhecido por ter empunhado a sua espada para cortar em duas partes a sua capa, que o cobria do frio num Inverno particularmente rigoroso, para agasalhar um pobre que envergava apenas uns trapos, sendo ainda famoso porque o seu Santuário passou a ser ponto de acolhimento de peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha.