Face a esta ameaça, o governo provincial de Malanje, depois de há pelo menos duas semanas ter, por determinação do ministério da Saúde, aumentado a vigilância e colocado equipas no terreno fronteiriço para minimizar o risco, decidiu agora encerrar totalmente a fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), noticiou a Angop.

A epidemia de Ébola que grassa actualmente na RDC teve início em Bikoro, uma pequena e remota comunidade na província do Equador, junto à fronteira com o Congo-Brazzaville, próximo do Rio Congo.

Os primeiros casos remontam a 03 de Maio mas o alerta oficial foi dado a 08 do mesmo mês, tendo já causado 22 vítimas mortais e dezenas de contaminações.

O maior risco é a proximidade do epicentro da epidemia ao Rio Congo, uma das mais importantes vias fluviais do continente africano, e a escassa distância entre Bikoro e a capital provincial do Equador, Mbandaka, onde vivem cerca de 700 mil pessoas em condições propícias à dispersão do vírus que causa esta mortífera febre hemorrágica.

Mbandaka é ainda um dos principais portos fluviais da RDC, com ligações permanentes com a capital Kinshasa, via Rio Congo, bem como Brazzaville, ou ainda países vizinhos, como é o caso de Angola.

Para já, e desde que a epidemia teve início, a 9ª que ocorre neste país desde que o vírus foi detectado em humanos, em 1976, também na RDC, foram detectados cerca de uma dezena de casos, confirmados e suspeitos, em Mbandaka, o que levou as autoridades sanitárias, e a OMS, a aumentar o nível de alerta e a avançar com uma campanha de vacinação com um medicamento experimental que tem dado bons resultados na contenção da doença.

Apesar de o risco, segundo a OMS, e as outras agências da ONU presentes, como o UNICEF, ou ainda os Médicos Sem Fronteiras (MSF), permanecer elevado, este é agora menor do que inicialmente foi considerado, embora os casos continuem a surgir.

Disso mesmo é exemplo os sete novos doentes detectados este fim-de-semana, na mesma área geográfica, como noticiaram os media congoleses.

Recorde-se que a medida activada em Malanje é justificada pela existência de uma extensa fronteira com a RDC, de mais de 140 quilómetros, nos municípios de Marimba e Massango, ao longo do rio Cuango.

Com esta medida, activada no âmbito do Plano de Acção do Governo de Malanje de Prevenção do vírus ébola, por exemplo, os estudantes e os comerciantes que atravessam diariamente a fronteira deixarão de o poder fazer, estando em causa as passagens de Quicuto, Ngola Paz, Tembo Aluma, Muheto e Bananeira.