Em entrevista à RNA, o Chefe da Diplomacia lusa actualizou a indicação deixada em Março por Georges Chikoti, de que "em breve", tanto o primeiro-ministro como o Presidente de Portugal viriam a Luanda.

Segundo Santos Silva, referindo-se apenas à visita de António Costa, está em estudo a assinatura do programa-quadro da cooperação bilateral para o próximo triénio.

"Estamos a investir muito, do nosso lado, no conteúdo dessa visita. Até porque, no plano económico, há vários assuntos a tratar entre os dois países", disse Augusto Santos Silva, que enumerou também outros domínios de ligação, nomeadamente o militar e o educativo.

"Portugal beneficia tanto da cooperação que tem com Angola, como julga que Angola beneficia, porque a cooperação é um caminho de dois sentidos", sublinhou.

Augusto Santos Silva frisou ainda que a boa relação bilateral, assim como a promoção dos laços de intercâmbio e relacionamento económico são "uma prioridade da política externa portuguesa, há muito estabelecida".

Questionado sobre a existência de sectores hostis a Angola em Portugal, o governante desvalorizou as polémicas.

"Há sectores que exprimem diferentes opiniões em cada um dos nossos países, mas não é competência do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal ter em atenção outras vozes que não as que lhe chegam do Estado, das instituições angolanas e também das instituições portuguesas", realçou.

Santos Silva acrescentou que em nenhum momento da comunicação houve qualquer sinal de desagrado, de dúvida, de incerteza ou de pessimismo, clarificando que os laços entre Portugal e Angola unem "dois estados soberanos e dois regimes maduros que se respeitam".