Daniel Leonel Torres Landa, o suspeito, foi detido no dia 18 Maio do ano passado, e, durante o interrogatório a que foi submetido, assumiu a autoria dos crimes de que é acusado.
O Ministério Público (MP) entende, agora, que os argumentos que o arguido apresenta são manobras delatórias para tentar fugir da responsabilidade criminal.
A acusação conta que dois jovens, declarantes do processo, que foram atacados e feridos pelo acusado e escaparam com vida, reconheceram, tanto em retrato falado, como presencialmente, o arguido, como sendo "o autor dos crimes hediondos".
O arguido vivia há seis meses na condição de seminarista e era aspirante ao curso de padre na Igreja Católica.
Segundo os autos, o assassino atacava as vítimas trajado de casaco, capuchinho, máscara (como as dos filmes de Hollywood) e empunhava uma faca.
Conforme a acusação, os cadáveres eram abandonados em terrenos baldios e encontrados sem garganta.
Em tribunal, o jovem de 23 anos, que foi apelidado de "degolador de pescoço", negou ser ele o assassino das vítimas e afirmou que só assumiu a culpa por ordem do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que o ameaçou de morte.
A acusação descreve que o arguido foi submetido ao exame de psiquiatria forense que detectou que o jovem apresenta transtorno de personalidade antissocial.
O transtorno de personalidade antissocial é um transtorno de personalidade caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afectado, desprezo por normas sociais e indiferença ou desrespeito pelos direitos e pelos sentimentos dos outros.
Semanas antes da detenção do suspeito, o Novo Jornal deslocou-se ao local e testemunhou o medo que os moradores viviam em função do terror que estas mortes causaram.
Segundo os habitantes, o bairro vivia "uma situação estranha e arrepiante", porque menores eram encontrados mortos e sem a garganta.
A audiência de discussão e julgamento deste caso prossegue na próxima semana no Tribunal de Comarca de Belas, também conhecido como tribunal do Benfica, com audição das testemunhas.