A empresa que gere o serviço dos multicaixa, a EMIS, assim como o Banco Nacional de Angola (BNA), face a estas dificuldades que os cidadãos enfrentam, continuam em silêncio.
Se antes, levantar dinheiro era apenas difícil nas zonas suburbanas e ao fim-de-semana, agora o cenário é completamente diferente: Esta terça-feira, 04, em quase toda zona baixa da cidade de Luanda, como constatou o Novo Jornal, não há ATM com dinheiro, o que está a preocupar as pessoas.
O Novo Jornal constatou que desde há duas semanas que os bancos e caixas automáticas têm registado grandes enchentes quando o assunto é fazer levantamentos de dinheiro.
Nos ATM, a única coisa que se pode fazer sem dificuldade até agora são transferências e consultas de saldos, que não requerem uma ida ao balcão de um banco comercial.
Nem no famoso multicaixa do Banco Sol, no 1.º de Maio, onde existem nove ATM, há dinheiro, para espanto de muitos cidadãos.
Seguranças daquela agência contaram que quando colocam dinheiro nos caixas, em menos de duas horas os kwanzas acabam devido à procura.
Em Viana, o município mais populoso de Luanda, há duas semanas que os munícipes reclamam da dificuldade para encontrar dinheiro nos ATM e queixam-se das constantes falha de sistema nos balcões.
Por situação idêntica passam os munícipes do Cazenga, Rangel, Sambizanga, Kilamba Kiaxi e Cacuaco.
Vários cidadãos desconfiam que a falha de sistema constante nos bancos, nos últimos dias, aconteça por falta ou escassez de valores para atender à procura dos utentes.
Matias Armando e Jorge Manuel, dois jovens vindos do distrito urbano da Estalagem, em Viana, com quem o Novo Jornal conversou esta manhã na Vila Alice, quando procuravam por um multicaixa com dinheiro, disseram que estavam desde as 04:00 à procura de um multicaixa com dinheiro para levantarem.
"Afinal o que está a se passar no País? Será que não há dinheiro em lado nenhum? Fiquei quatro horas na fila para conseguir levantar dinheiro no domingo, em Talatona, e hoje vim para a cidade muito cedo e infelizmente não encontro valores em lado nenhum. Alguma coisa anormal está a acontecer nesta cidade", afirma o cidadão Orlando Luís, comerciante com quem o Novo Jornal conversou.
Sobre este assunto, o Novo Jornal contactou a Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), para o devido esclarecimento, no entanto, uma fonte desta instituição assegurou que é responsabilidade dos bancos efectuarem os carregamentos dos ATM e que a instituição nada tem a ver com as longas filas que se verificam nos bancos.
"A logística de carregamento de notas e papel é da responsabilidade dos bancos. Se há alguma falha de valores nos ATM então devem questionar o BNA", disse a fonte do EMIS.
O Novo Jornal tentou sem sucesso ouvir explicações do Banco Nacional de Angola.