O prazo para a recepção de pedidos das peças do procedimento ou para aceder aos documentos termina amanhã, apenas 48 horas após o anúncio ter sido publicado no Jornal de Angola.

A data limite para a apresentação das propostas é de 20 dias, contados a partir da publicação do anúncio que não está visível no portal de contratação electrónica (ver foto), um instrumento que, segundo o Governo, tem como objectivo "centralizar informações de natureza legal, administrativa e operacional sobre a Contratação Pública Angolana, tornando-as acessíveis e transparentes ao público em geral".

Dos seis concursos abertos pela CNE, que foi dotada no Orçamento Geral do Estado para o exercício económico deste ano com 271,8 mil milhões de kwanzas (mais de 400 milhões de dólares), apenas dois estão abertos à participação de entidades estrangeiras: o que se destina à compra dos kits dos agentes de educação cívica eleitoral e o que tem como objectivo a aquisição de serviços de mapeamento, cadernos eleitorais, informação ao eleitor e credenciamento.

As propostas, referem os anúncios, devem ser enviadas à sede da CNE, na Avenida Amílcar Cabral, no nº 102/104, 10º andar, no distrito urbano da Maianga, em Luanda.

Acontece que a INDRA, empresa espanhola que segundo a UNITA "está sob suspeita de estar por detrás de fraudes eleitorais no passado", reconheceu já que foi contratada pela CNE para organizar parte fundamental do processo eleitoral de Agosto próximo em Angola, para se defender das acusações da oposição, num comunicado que fez sair na segunda-feira, 14, no mesmo jornal onde agora são publicados os anúncios dos seis concursos públicos (dois deles abertos à participação de entidades estrangeiras).

A empresa asseverou que foi contratada de forma legal e que garante "todos os requisitos de transparência e de segurança exigidos", num comunicado inicialmente publicado no Jornal de Angola, divulgado na segunda-feira, 14, e que o Novo Jornal recuperou.

A INDRA, que já esteve presente em várias eleições em Angola, e com um vasto currículo de fornecimento de soluções tecnológicas e logística eleitoral em vários continentes, mas com processos complicados relacionados com a lisura eleitoral em África e na América Latina, garante que foi seleccionada por ter cumprido todos os requisitos exigidos pela CNE e em concorrência com outras empresas do ramo (leia aqui).