"A derrota copiosa e aceite pelo `sistema", em Luanda, pouco tem a ver com o excelente comunicador, Bento Bento ou com a coitada da Covid ou com a sua última governadora. Ela prende-se, justamente, com um sistema em que um centro restrito decide sobre territórios que deviam ser regiões ou autarquias, para recolher benesses a favor de indivíduos sentados nesse centro, mas que não respondem pelos problemas provocados por essa incompetência", atirou MOco a partir da sua página no Facebook.

"Contas bem feitas e com transparência, o mesmo deverá observar-se na maioria esmagadora das províncias. De resto, não estou a ver a projecção dos resultados na capital virem a ter sentido diferente no resto do país", acrescentou.

Marcolino Moco termina o seu comentário afirmando que "este é o momento de contenção verbal", especialmente da boca de "mais velhos".

"Tudo pela Paz. Tudo por um futuro melhor. Acalmemo-nos!", pede.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou, na quinta-feira, os resultados eleitorais provisórios "definitivos" das eleições gerais de 24 de Agosto anunciando uma vitória por maioria absoluta do MPLA, que atinge 51,07 por cento e elege 124 deputados. A UNITA fica em segundo com 44,05 por cento e 90 deputados eleitos.

A CASA-CE, até aqui o 3º maior grupo parlamentar na Assembleia Nacional, não elegeu qualquer deputado.

Com todos os votos contados, o porta-voz da CNE explicou que estes resultados foram apurados a partir de 97, 3 por centro das mesas de voto fechadas, sublinhando que a margem é suficiente para que esta seja a última sessão de resultados provisórios porque não haverá alterações substanciais aos resultados finais.

Assim, apesar de poder haver ligeiras alterações, porque ainda faltam 2,7% das mesas de voto por apurar, o MPLA fica com 51,07 por cento dos votos, com 124 deputados eleitos, a UNITA, com 44,05 por cento, com 90 deputados eleitos, o PRS, 1,13, com dois deputados, FNLA 1,05%, com dois deputados, o PHA, 1,01%, com dois deputados.

Em votos, este resultado confere com pouco mais de 3,162 milhões de votos no MPLA e 2,727 milhões no partido do "Galo Negro", conseguidos entre os mais de 14 milhões de eleitores capacitados para votar.

A CASA-CE não elege qualquer deputado nestas que foram as mais renhidas eleições da história da democracia angolana.

A abstenção passou ligeiramente os 54%.