O líder da UNITA disse hoje, em declarações aos jornalistas, à margem do funeral de Estado de José Eduardo dos Santos, onde acabou por comparecer apesar de isso não estar previsto, que o processo ainda não está fechado.

Para o candidato do partido do "Galo Negro" à Presidência da República, contrariando as declarações feitas anteriormente pelo porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, UNITA procedeu de facto à contestação legal dos resultados provisórios anunciados na sexta-feira.

Costa Júnior lembrou que essa reclamação foi feita nos círculos eleitorais onde a UNITA detectou desconformidades entre os números anunciados pela CNE e os apurados no centro de escrutínio paralelo montado pelo partido que dirige.

E chamou a atenção para aquilo que considera essencial: as actas síntese que serviram à UNITA para contabilizar os votos, são as mesas que estão na posse da CNE.

O presidente da UNITA sublinhou que "Angola ainda não tem resultados definitivos".

"A contagem que temos dá-nos muitos mais mandatos e esses vão, necessariamente, ser retirados ao MPLA", apontou.

"Temos provas da necessidade de corrigir mandatos", atirou.

E deixou um recado para o interior do "Galo Negro": quaisquer posições da UNITA serão tomadas formalmente pelo partido.

"Estamos tranquilos, a fazer o que temos de fazer", disse.

Acrescentou que a decisão de ter optado por comparecer ao funeral de Estado de JES foi difícil devido ao momento político que o País vive.

Embora hoje não o tenha afirmado de forma peremptória, Costa Júnior tinha afirmado na sexta-feira que, face à contagem paralela da UNITA, o MPLA não ganhou as eleições de 24 de Agosto, tendo pedido que a contagem, por comparação de actas síntese, seja realizada com a presença de organismos internacionais.

Nestas curtas declarações aos jornalistas, Adalberto Costa Júnior criticou ainda os "excessos de partidarização" do programa do funeral de Estado de JES.

Sobre a sua decisão de estar presente, tomada à última da hora, explicou que "não foi fácil" mas foi tomada para "prestar homenagem ao ex-presidente da República"

A decisão de ir ao funeral não foi fácil de tomar por causa, justificou, da "falta de tranquilidade" e ainda porque a família não esteve toda representada, alé de criticar as mensagens partidarizadas, referindo-se ao facto de terem sido figuras do ou muito próximas do MPLA a subir ao púlpito, sublinhando que sendo uma cerimónia de Estado, deveria ser elaborada de forma a representar todos os angolanos.

"Ainda temos todos estes desafios pela frente", disse, acrescentando que, no fim de contas, a decisão de estar presente foi a melhor.