Esta emissão dos mandados de captura, hoje tornada oficial, já tinha sido anunciada há meses mas, por pressão dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, foi sendo protelada, acabando agora por ser oficializada.

A partir de agora Benjamin Netanyhau e os restantes alvos do TPI estão impedidos de entrar em países signatários do Tratado de Roma, que fundou este tribunal internacional, sendo Israel não o é, nem os EUA, a Rússia, a China...

A justificar este "Procura-se" estão os crimes de guerra dados como provados pelos juízes do TPI no decurso do conflito em Gaza, marcado pelo assalto ao sul de Israel pelo Hamas a 07 de Outubro de 2023, e pela invasão brutal de Israel a Gaza.

Se no assalto do Hamas a Israel foram mortos 1200 pessoas, e feitos 25º reféns, a invasão israelita já matou 43 mil civis palestinianos, dos quais mais de 25 mil crianças, sendo que, no total, quase 80% são mulheres, crianças e idosos. (ver links em baixo)

Recorde-se que Netanyhau está ainda a ser julgado por genocídio nas instâncias internacionais, com o Tribunal de Justiça Internacional, o órgão de justiça máximo da ONU, por iniciativa da África do Sul que foi acolhida por um grupo de mais de uma dezena de países.

Com esta evolução, Benjamin Netanyhau passa a contar com mais uma frente de combate na justiça, depois de, graças à guerra, ter conseguido evitar ser condenado em Israel onde é arguido em processos de corrupção e branqueamento de capitais.

O primeiro-ministro é ainda suspeito, e sobre isso terá de responder quando a guerra terminar, de conluio interno para permitir o ataque de 07 de Outubro do Hamas de forma a poder justificar a "sua" guerra com o Hamas e o Hezbollah.

Entretanto, horas depois, no momento em que Netanyhau reunia com o enviado especial de Washington para o Líbano, Israel rejeitava o mandado de captura com palavras fortes e claras.

O gabinete do primeiro-ministro israelita emitiu um comunicado onde diz que "Israel rejeita com nojo o absurdo e falso processo do TPI contra o país", garantindo que "não vai sucumbir à pressão".