Os homens foram descobertos depois de, em Maio, terem desenterrado e desmembrado uma mulher, sepultada a 13 de Março, para fins comerciais.

Os suspeitos, em prisão preventiva, medida de coação mais gravosa, aplicada pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC-Cabinda, estão acusados nos autos de vandalizarem os túmulos e exumarem os ossos e os crânios para comercializar no mercado informal na aldeia Mikongi, na República Democrática do Congo (RDC), disse ao Novo Jornal o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC-geral, superintendente de investigação criminal Manuel Halaiwa

"Os suspeitos, após desmembrarem a mulher enterrada em Março, foram vistos a comercializar as suas ossadas em Maio, na aldeia transfronteiriça denominada Mikongi, na República do Congo, onde depois de interpelados pelos populares, fugiram, atirando o saco onde estavam os restos mortais de Eulália Bueia Mbungo", disse o responsável em declarações ao Novo Jornal.

O oficial do SIC-geral referiu que os detidos, após a comercialização das ossadas humanas que retiravam do cemitério Perpétuo Socorro, regressavam ao território nacional.

Manuel Halaiwa avançou ainda que os dois homens acabaram detidos após denúncia da população que já conhecia os modus operandi dos acusados.

"Diligências feitas com as autoridades congolesas permitiram a detenção dos suspeitos, que revelaram ter deitado os restos mortais de Eulália Bueia Mbungo no momento em que estavam a ser perseguidos pelas autoridades nas matas do Congo", contou, sublinhado que os restos mortais encontrados nas matas da RDC foram removidos para a morgue do hospital Santa Catarina em Cabinda.

"Feito o trabalho de escavação no local da sepultura, sob orientação da Procuradoria-Geral da República (PGR), confirmou-se que o caixão da malograda se encontrava vazio, seguindo-se a identificação dos restos mortais por parte dos familiares que confirmam serem da vítima em causa", certificou.