O Centro de Saúde Girassol conta com capacidade de atendimento diário de até 450 pacientes e um total de 32 médicos, para as especialidades de medicina interna, pediatria, medicina dentária e ginecologia-obstetrícia, e foi inaugurado pelo administrador da Sonangol Baltazar Miguel.
Em declarações à imprensa, o superintendente hospitalar da Clínica Girassol, Ambrósio Crispim, disse que o centro médico representa uma extensão da clínica, considerada a unidade hospitalar mais avançada em Angola, que pretende dimensionar e rentabilizar os seus serviços, além de promover o atendimento a uma franja da população a preços mais baixos.
"A clínica Girassol é transversal tem centros e postos médicos e existe um grande número de cidadãos que querem beneficiar dos serviços da clínica da Girassol e tendo em conta a situação económica que o país vive, entendeu desenvolver um projecto de assistência médica e medicamentosa voltada para este centro médico, que possa facilitar a uma franja da população de Luanda e não só", referiu.
Sem revelar os preços a serem praticados, o responsável salientou que foi realizado um estudo que permitiu aferir que se trata de um projecto "viável, uma vez que as receitas permitem cobrir os custos quer fixos quer variáveis".
"A Clínica Girassol não é só uma estrutura principal que temos em Luanda, nós temos postos e centros médicos espalhados a nível do país e o objectivo é rentabilizar os seus serviços, abrindo os serviços não só aos funcionários da Sonangol, mas também para particulares e a seguradoras", frisou.
Em Fevereiro deste ano, o presidente do conselho de administração da Sonangol, Carlos Saturnino, referiu em conferência de imprensa, que estava a ser estudada a possibilidade da transferência para privados a gestão da Clínica Sonangol, para a rentabilização dos investimentos feitos naquela que é uma das maiores unidades hospitalares de Angola.
Em busca de um modelo apropriado de negócio
Carlos Saturnino salientou que a clínica "gasta muito dinheiro por mês" da petrolífera, pelo que teria de ser necessário encontrar "o modelo apropriado de negócio".
"Conseguimos gerir a Girassol sozinhos? São perguntas para as quais não temos respostas. Ou será mais apropriado procurar unidades ou empresas especializadas na gestão de unidades para fazer uma associação ou parceria, com a Sonangol, e realmente pôr essa unidade na liderança do sistema de saúde em Angola", questionou Carlos Saturnino.
O presidente da petrolífera angolana, admitindo falhas na gestão da clínica, realçou o mau resultado do negócio.
"Achamos que devemos ter humildade, porque não tem estado muito bem. A administração recebe muitas reclamações, muitas cartas, telefonemas. Os colegas que estão na Girassol fazem das tripas o coração, mas o resultado é que não está a funcionar bem. Os trabalhadores queixam-se, as pessoas da rua queixam-se, mas o dinheiro é gasto, e, em termos de administração, temos de ter resultados em relação ao dinheiro gasto", disse.
Na altura, Carlos Saturnino lembrou que se trata de um investimento com impacto social grande, com investimentos avultados quer financeiro quer em capital humano, garantindo a sua continuidade e novos investimentos.