A nova ronda de protestos desta quarta-feira, 27, foi convocada pelo candidato Venâncio Mondlane, que exige a reposição da verdade eleitoral nas eleições de 09 de Outubro que, a 24 desse mesmo mês, a CNE conclui com a divulgação de uma vitória esmagadora da FRELIMO, o partido no poder desde 1975.
Esta nova (ver links em baixo) jornada de protestos ficou marcada pelo atropelamento de uma jovem que estava numa barricada por uma viatura da polícia antimotim, momento que foi filmado e profusamente divulgado pelas redes sociais.
Esta jovem está entre os seis feridos tratados nesta unidade hospitalar da capital moçambicana, com ferimentos graves na cabeça, estando ainda em observação.
Em declarações aos jornalistas, o director do Serviço de Urgência de Adulto no HCM, o maior hospital do país, Dino Lopes, adiantou que "duas das vítimas foram mulheres, sendo que uma já teve alta. Os restantes foram homens que tiveram lesões leves, possivelmente por bala de borracha; tivemos dois com lesão no olho e ombros e outros tiveram lesões nos membros inferiores, possivelmente por cartuchos de gás lacrimogéneo pela extensão das feridas".
A Lusa avança que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) assumiram na quarta-feira terem atropelado uma jovem na capital moçambicana, esclarecendo que o veículo se encontrava "numa missão de protecção de objectos económicos" contra manifestantes e que a vítima foi socorrida.
Pelo menos três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas devido ao disparo de tiros na quarta-feira em Moçambique nas manifestações de contestação dos resultados eleitorais, indicou a Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane tinha apelado na terça-feira à população moçambicana para, durante três dias, começando quarta-feira, abandonar os carros a partir das 08:00 nas ruas, com cartazes de contestação eleitoral, até regressarem do trabalho.
Venâncio Mondlane tem convocado estas manifestações, que degeneram em confrontos com a polícia e das quais resultaram cerca de 70 mortos e mais de 200 feridos, como forma de contestar a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.