O movimento frenético de pessoas e veículos motorizados de diferentes marcas e cilindradas, com destaque para os táxis (azuis e brancos), começa às 05h00. Logo à entrada, na rua de acesso ao mercado, mais três dezenas de jovens, na faixa dos 17 aos 38, já estão posicionados, uns sentados no passeio e muro da vala de drenagem, enquanto outros em pé, atentos a todos os passos. Estão disponíveis para oferecer a potenciais clientes vários serviços, como espaço para estacionamento da viatura, escalação e carregamento do peixe, embora este último, a esta hora, nem serquer foi comprado ainda. No parque de estacionamento, os taxistas e os seus "azuis e brancos" perfilam uns atrás de outros, com o objectivo de carregar pessoas e bens para diversos destinos de Luanda. No acesso ao parque de estacionamento, está o fiscal a cobrar uma taxa aos veículos particulares que escolhem o parque do mercado da Mabunda. Já os escaladores ficam a uns escassos metros da entrada do mercado, à espera do comprador, ao qual tratam por "boss", "patrão" ou "patroa" ou, ainda, "madrinha" ou "padrinho". Os lotadores dos táxis ficam instalados logo à entrada do mercado, organizando as viaturas que prestam os serviços de táxis.

A partir das seis horas e 30 minutos, o movimento fica cada vez mais intenso, não só o de peixeiras, mas também o de vendedores de outros produtos, entre bebidas, comida, frutas e outros bens alimentares. No interior da zona onde o pescado é comercializado, o aglomerado de jovens é notório. Não é raro ver um grupo trocar o enrolado de liamba diante de transeuntes que assistem ao cenário com algum sentimento de medo. Bem ao lodo da praia, as vozes da publicidade dos produtos cruzam-se. Cada um ao seu jeito, mas a finalidade é a de angariar o maior número de clientes.

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