Líder mundial na área da produção de carregadores ultra rápidos para baterias em veículos automóveis híbridos, a Efacec viu 2017 ser o ano da confirmação da trajectória de subida nos resultados, chegando a 7,5 milhões de euros de lucro, dois anos depois de a Winterfall ter entrado na estrutura accionista com posição de controlo, numa altura, em 2015, em que a empresa esteve à beira da falência.

Logo no primeiro ano de actividade sob gestão de uma administração controlada por Isabel dos Santos, em 2016, a Efacec obteve pouco mais de 4 milhões de euros de lucro.

Estes resultados coincidem com um igualmente notado aumento do volume de encomendas, que, no global da empresa, que tem presença em vários pontos do mundo, aumentou em 2017 22 por cento, chegou aos 496 milhões, face ao registado em 2016.

O presidente da administração da EPS, Mário Leite da Silva, citado pela Lusa, afirmou que estes resultados indicam que "o ano de 2017 confirmou a competitividade e sustentabilidade da Efacec, após o regresso aos resultados positivos em 2016, credibilizando a promessa da marca: "empowering the future".

Já o presidente executivo, Ângelo Ramalho, disse que "ao longo de 2017, a Efacec confirmou o seu posicionamento, não apenas de empresa virada para o futuro, mas como "player" ativo na construção desse futuro, acentuando o compromisso com o investimento em inovação de base portuguesa".

"O maior contributo para este crescimento foi dado pelas Unidades de Aparelhagem de Média Tensão, Automação, Energia e Transportes", lê-se no comunicado, que refere ainda que o mercado internacional continuou a ter uma importância crescente no negócio, ao representar 78% das receitas e 80,3% das encomendas, respectivamente.

Os mercados estratégicos como a América do Norte, Europa do Norte, França, Magrebe e o Médio Oriente viram reforçada a sua importância no portefólio deste grupo empresarial.

Nos mercados mais tradicionais, como Portugal, Angola, Reino Unido e Leste da Europa, registaram-se, contudo, ligeiras quebras.

Recorde-se que em 2017 a Efacec inaugurou uma nova unidade fabril no norte de Portugal para aumentar significativamente a produção de carregadores rápidos para baterias automóveis, criando no futuro mais de 400 postos de trabalho.

Despedimentos

Apesar do aumento dos lucros e da perspectiva de criação de centenas de postos de trabalho, esta é a segunda empresa do universo empresarial de Isabel dos Santos a preparar o despedimento colectivo de funcionários depois da suíça De Grisogono, no ramo da joalharia de luxo, com sede em Genebra, ter avançado com o anúncio do despedimento de cerca de 40 pessoas devido à quebra registada ultimamente nas vendas.

A Efacec avançou com um processo de despedimento colectivo. Este anúncio do despedimento colectivo surgiu quando a Comissão de Trabalhadores discutia com a administração o caderno reivindicativo, tendo o documento que formaliza os despedimentos dado entrada no Ministério do Trabalho português, integrando no lote cinco membros da CT.

Recorde-se que a Efacec está, precedendo a chegada da investidora angolana, em processo de reestruturação financeira, tendo chegado aos lucros no exercício de 2016, depois de três anos consecutivos a revelar prejuízos, precisamente um ano depois da administração depender de Isabel dos Santos.

Na altura em que estes resultados positivos, na ordem dos 4 milhões de euros, em 2016, numa facturação global que excede os 400 milhões, foram revelados, a administração da empresa indicou estar a recrutar estimando que os seus quadros iriam aumentar em 700 trabalhadores até 2020, tendo actualmente cerca de 2 300.

No passado mês de Janeiro, a Efacec inaugurou, no norte de Portugal, com a presença do ministro luso da Economia (fotografia), uma nova unidade industrial direccionada para a produção de carregadores ultra rápidos para baterias de carros eléctricos, onde a empresa é líder mundial.

Naquela altura, a Efacec anunciou que iria passar dos 110 trabalhadores para cerca de 200 ainda este ano e que esse número será duplicado nos próximos anos.

Já depois de a CT ter anunciado os despedimentos, a administração da empresa confirmou em comunicado o despedimento colectivo de 21 trabalhadores da área de transformadores de potência porque estes se recusaram a aceitar "soluções de mobilidade e rescisões por mútuo acordo".

"Esgotadas todas as alternativas consensuais possíveis, a empresa não tem outra alternativa que não seja utilizar os mecanismos previstos na lei para garantir a sustentabilidade da área dos transformadores de potência", avança ainda o comunicado da empresa.