Foi o caso dos famosos, mas forçosamente sempre recordados, projectos agrícolas de larga escala que consumiram financiamentos públicos astronómicos em acções mal concebidas e mal desenhadas e implementas de modo irresponsável. Com efeito outra coisa não se pode dizer quando, por exemplo, as infra-estruturas de transformação das matérias-primas a produzir nas fazendas foram construídas na totalidade, logo na chamada primeira fase, como se a actividade produtiva já tivesse alcançado a sua plenitude, plenitude essa que, em nenhum caso, chegou a ser atingida ao longo dos cerca de dez anos de existência da maioria delas, o que resultou na existência de uma capacidade ociosa ao longo de muitos anos. O exemplo mais chocante, entre os quase 30 projectos, registou-se no de algodão do Cuanza Sul, que teve início em 2006 com a construção de infra-estruturas e com despesas de funcionamento no valor declarado superior a 66 milhões de dólares, sem que fosse produzido um quilo de algodão. Denunciei várias vezes esta situação aos deputados da 5.ª Comissão da Assembleia Nacional, sem que daí tivesse resultado qualquer acção investigativa ou de correcção dos erros.

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