Os 275 casos foram notificados sobretudo no Namibe e no Cuanza Sul, as províncias mais atingidas nas últimas horas, com 114 e 97 infecções, respectivamente.

Os óbitos foram igualmente registados nestas províncias, que registaram cada uma duas mortes.

Os restantes casos foram reportados em Luanda (23), Huíla (10), Cuanza Norte (7), Icolo e Bengo (6), Cabinda (5), Zaire (3), Benguela (3), Malanje (3), Bengo (2) e Lunda Norte (2).

O número de pessoas internadas com cólera finalmente baixou, havendo actualmente 370 pessoas hospitalizadas, segundo o Ministério da Saúde.

O total cumulativo de casos está agora nos 22.832, enquanto o número de mortos se situa nos 689.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) assinaram na semana passada, em Luanda, um memorando de entendimento de apoio ao Governo angolano na resposta de emergência para travar a propagação da cólera.

Espera-se que com este acordo, que vale 1 milhão de euros, a epidemia que varre o país desde o início do ano, seja travada nos próximos quatro meses, através de acções de emergência dirigidas a mais de 500 mil pessoas, com especial incidência nas crianças, idosos e pessoas com deficiência

"Travar a propagação: acelerar as intervenções contra a cólera que salvam vidas em Angola" é o nome do projecto que "inclui intervenções cruciais nos domínios da saúde, da água, saneamento e higiene (WASH), e que conta com o apoio financeiro da União Europeia, no valor de 1 milhão de euros", dizem ambas as organizações em comunicado.

Angola está actualmente a braços com uma das mais graves epidemias de cólera das últimas décadas.

Segundo o comunicado, a taxa de mortalidade é de 3,7%, "ultrapassando o limiar de emergência da OMS de 1%.

O plano de acção conjunto integra iniciativas que incluem o estabelecimento de pontos de re-hidratação oral e de centros de tratamento da cólera; formação de profissionais de saúde e de voluntários comunitários; expansão do processo de cloração da água e da promoção da higiene nas zonas afectadas.

Inclui igualmente o reforço da capacidade de vigilância e diagnóstico das doenças; o apoio à implementação de uma campanha de vacinação reactiva contra a cólera; e o envolvimento das comunidades, com voluntários a facilitar diálogos sobre comportamentos de protecção e a distribuir kits de prevenção da cólera às famílias.