O bairro possui ruas urbanizadas, entre residências modernas e velhas moradias, tem uma extensão de 31 quilómetros quadrados e conta com uma população estimada em cerca de 475 mil habitantes.
O acesso ao interior do bairro do Golf 1 faz-se pelas estradas Machado Saldanha e 28 de Agosto, que liga a comuna do Neves Bendinha e a rua do "antigo controlo" da Polícia Nacional na Avenida Pedro de Castro Van-Dúnem "Loy".
Teresa Joaquim, moradora desde 1995, disse ao NJOnline que a falta de água no bairro é o principal problema de todos os residentes, pois chegam a gastar, diariamente, entre 600 e 1000 kwanzas.
"No vizinho bairro do Golf 2 e arredores já há água canalizada, e nós ainda temos de comprar a água nas "kupapatas" e nos tanques dos vizinhos que comercializam a 80 kz a banheira e 50 kz o bidon de 25 litros", contou.
Fernanda Januário, outra moradora que se juntou à conversa, diz que tem comprado a água em camiões cisterna a 18 mil kz, mas que essa água não tem qualidade para consumo.
"Tem sido muito turva, não dá para consumir sem tratá-la, temos de a ferver ou desinfectar se for para beber ", disse.
Na zona 28 de Agosto do Golf 1, quem entra na corrida da comercialização de água são os chamados "kupapatas", que, de hora em hora, passam nas ruas daquele bairro a vendê-la em bidões de 20 litros por 50 ou 80 kwanzas, dependendo do dia e da escassez.
"A minha casa é grande, a minha família numerosa, gasto por dia, só em água, entre 1000 e 2000 kwanzas", explicou Isabel Ngunza, que mora no bairro há 16 anos.
"Uma parte do Golf 2 e do Avó Kumbi já têm água canalizada, e são bairros novos, nós, que somos bairros antigos, ainda não", diz Zeca Sibera, morador há 11 anos. E acrescenta: "Acho que não há vontade dos nossos dirigentes em resolver essa situação, porque antes das eleições passadas os chineses vieram e colocaram as canalizações mas nunca jorraram água".
Entretanto, soube o NJOnline, metade da população no município do Kilamba Kiaxi está privada do fornecimento de água potável devido à antiguidade das tubagens em algumas áreas.
Mauro Lucas, administrador municipal adjunto para área técnica do Município do Kilamba Kiaxi, em declarações ao NJOnline, contou que o Kilamba Kiaxi está a ser beneficiado com o projecto 700 mil ligações (que surgiu em 2012, para reforçar as infra-estrutura de abastecimento de água em Luanda).
"Esse tempo todo nos preocupa, mas o importante é que estão a ser feitos trabalhos para que nos próximos tempos a zona do Golf 1 tenha água potável canalizada a jorrar nas torneiras", disse o responsável.
Segundo o administrador adjunto para área técnica do Município do Kilamba Kiaxi, o sistema de abastecimento de água do Kilamba Kiaxi depende de outros municípios, como é o caso do de Talatona, que tem um centro de tratamento de água que pode beneficiar o bairro dos Golf 1 e 2 e arredores.
"O que se passa é que muitos trabalhos não estão concluídos, como é o caso da rua 28 de Agosto, que está a receber obras de reabilitação na via, onde já existe rede de água instalada, mas que infelizmente ainda não funciona há dois anos, e só falta mesmo é jorrar", disse Mauro Lucas.
"A nível local estamos somente a fazer o devido acompanhamento e pressão junto da EPAL, que também tem o período da execução, porque há zonas que já foram ligadas", acrescentou.
Vladimir Bernardo, chefe do departamento de comunicação institucional da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), contactado pelo NJOnline, explicou que no referido Bairro o projecto de ligações domiciliares contemplou cerca de 8 500 ligações até ao primeiro semestre do ano de 2017, ficando uma boa parte ainda por ser beneficiada.
Segundo Vladimir Bernardo, estudos estão a ser feitos para que os munícipes beneficiem das ligações domiciliares numa segunda fase, sem, no entanto, avançar uma data para o efeito.
"Existe um grande esforço da EPAL, no sentido de levar a água às residências que já têm ligações e não recebem água. Mas com o aumento do volume de água produzida no sistema do Bita e Quilonga Grande, vão ser feitos trabalhos de extensão de rede para novas ligações domiciliares naquela zona", disse o porta-voz da EPAL.