A denúncia foi feita pelo antigo director do seu gabinete, Domingos Cristóvão, que não só acusa a responsável de gestão ruinosa como também de ter "traído as expectativas de todos aqueles que votaram nela".

Segundo o interlocutor, a acusada terá usado uma boa parte do dinheiro na compra de uma "mobília para a sua residência, na reparação da mesma, viagens para Portugal e Brasil para ela e o filho, para além de outros gastos supérfluos".

O antigo director diz que os valores em causa foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MINSA), para o pagamento de salários, mas a bastonária terá dado outro destino, deixando os "trabalhadores sem salários durante cinco meses".

Acusa, igualmente, a bastonária de ter colocado à disposição do seu filho, Yorolav Moura, um cartão de crédito do BCI, o que lhe terá permitido usá-lo a seu bel-prazer, fazendo "despesas particulares" em nome da instituição. Diz, também, que tem provas dos gastos e sustenta a acusação com a exibição de várias facturas de compras feitas em diversos estabelecimentos comerciais, dentre os quais o Candando e o Kero.

"O cartão serviu até para o pagamento de despesas de lanches, géneros alimentares, designadamente rissóis, destinados à casa da bastonária".

Acrescenta a fonte que o filho de Elisa Gaspar, que não é funcionário da instituição, "nem sequer médico", tem usado as viaturas da ORMED, tendo, inclusive, uma delas avariado. "Ele é formado em Recursos Humanos e não tem vínculo jurídico-laboral com a nossa instituição", denuncia.

E vai mais ao longe: " Ele foi ao Brasil às expensas da ORMED, por um período de 15 dias, para uma suposta formação profissional. De regresso, e para justificar a viagem, trouxe cartões-de-visita e banners ", acusa.

Revela que, há escassos 16 meses à frente da ORMED, Elisa tem tido uma "gestão unilateral, arrogante e ruinosa, não presta contas da sua gestão financeira, sobretudo resultante do pagamento de quotas pelos filiados".

Reacção: Elisa Gaspar nega acusações

Abordada na quinta-feira, 3, sobre o assunto, Elisa Gaspar declara que as acusações segundo as quais ela desviou 19 milhões de Kwanzas «não correspondem à realidade».

A bastonária da ORMED explica que usou o dinheiro para o "pagamento de salários, serviços de água, luz e combustíveis e para a compra de equipamentos informáticos para a instituição, nomeadamente computadores e impressoras".

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