À semelhança dos seus parentes, esta espécie anã de jágara, tem olhos grandes esbugalhados, comuns em animais nocturnos e comunica com um estridente chamamento seguido de estalidos, como explica hoje a New Cientist no seu site.

Mas se esta descoberta é um feito notável para a vida selvagem, pode durar pouco porque os investigadores que, da mesmo forma de descobriram o animal, deram também de caras com o rápido desaparecimento do seu habitat, o que coloca em risco o futuro desta espécie.

A descoberta, feita por investigadores da Oxford Brookes University, do Reino Unido, foi colocada no ramo familiar das jágaras, em primeira instância, porque a forma como comunicam entre si é muito semelhante aos restantes ramos da família sobejamente conhecidos.

A grande diferença é o seu tamanho, três vezes maior que os até agora conhecidos, o que, segundo Magdalena Svensson, da equipa que fez a descoberta, citada pela New Cientist, coloca alguns dúvidas na sua classificação, porque tende a sair dos requisitos para a lista das jágaras anãs.

Os investigadores observaram em Angola 36 indivíduos, mas ainda se sabe muito pouco sobre os seus hábitos alimentares ou sociais.

O que se sabe de forma muito clara, apontou Magdalena Svensson é que o habitat deste primata está a desaparecer rapidamente devido ao desmatamento e à desflorestação provocados pelos madeireiros e pela apanha de lenha para usar como combustível directo ou na forma de carvão.

Esta é a quinta nova espécie de primatas descobertas em África desde o ano 2000 e os investigadores estimam que muitas mais aguardam por serem reveladas ao mundo.

Angola consta da lista das áreas em destaque para investigação porque se trata de um país que até há bem pouco tempo, até 2002, estes trabalhos de campo eram impossíveis de realizar na quase totalidade do território devido à guerra civil.