O estudo foi colocado em situação de pausa para que a farmacêutica possa realizar as investigações necessárias de forma a determinar se a doença que foi detectada no voluntário resultou da tomada da fórmula que estava ser testada ou se nada tem a ver com os testes em curso.

O procedimento normal nestas situações é que um comité independente seja agora formado para averiguar as circunstâncias em que os ensaios clínicos foram mandados suspender, mas, segundo as agências, a Johnson & Johnson"s não avançou com quaisquer pormenores.

Recorde-se que esta decisão de suspender os testes clínicos pela multinacional norte-americana surge depois de também a AstraZenec ter suspendido os ensaios da sua versão de vacina para a Covid-19.

A multinacional britânica-sueca, que estava a criar a sua versão da vacina com a Universidade de Oxford, suspendeu os ensaios no início de Setembro, incluindo os que estavam previstos para a África do Sul, igualmente devido à uma reacção adversa num dos seus voluntários.

Tal como a AstraZeneca, também a Johnson & Johnson"s avançou que só vai avançar com detalhes sobre o que está por detrás desta decisão de suspender os testes quando estiver na posse de informação suficiente para que isso possa ser feito sem riscos.

Ambas as empresas avançaram que este tipo de reacções adversas, sejam doenças súbitas, acidentes ou outras consequências médicas, são normalmente esperados e considerados normais.

Esta notícia surge na mesma altura em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) veio apelar a que não se utilize novamente o confinamento para travar a propagação do novo coronavírus.

David Nabarro, especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a covid-19 na Europa, pediu aos líderes mundiais que "parem de usar o confinamento como a forma principal de controlo" da pandemia.

"Nós na OMS não defendemos o confinamento como medida primária de controlo do vírus. O único momento em que acreditamos que o confinamento se justifica é quando precisam de arranjar tempo para reorganizar, reagrupar e reequilibrar recursos e proteger profissionais de saúde que estão exaustos", disse David Nabarro, especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a covid-19 na Europa, em entrevista ao jornal The Spectator.

"Nós não defendemos os confinamentos como forma principal de controlar o vírus", sublinhou Nabarro, defendendo que esta tomada de posição da OMS tem sobretudo a ver com as implicações dos confinamentos na vida das populações.

"Os confinamentos têm uma consequência que nunca devemos minorar: faz os pobres ficarem ainda mais pobres", concluiu.

África soma 38.597 mortes em 1.584.484 infectados, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), com a África do Sul a liderar a lista dos países mais afectados do continente, com 693.359 casos e 17.863 mortes.

O Egipto, que é o segundo país africano com mais vítimas mortais, contabiliza 6.062 mortos e 104.648 infectados.

Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Angola encabeça a lista em número de mortos (219 mortos em 6.488 casos) e Moçambique em número de infectados (72 mortos e 10.088 casos).

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,7 milhões de mortes e mais de 37,5 milhões de casos de infecção em todo o mundo, de acordo com o último balanço da agência francesa AFP.