A unidade hospitalar, que esteve em obras entre 2012 e 2018, e depois precisou de mais um ano de espera para ser devidamente equipado, conta agora com 159 camas, serviços de medicina, oftalmologia e optometria, estomatologia, ortopedia, laboratórios de RX e análise de sangue, ecografia, consultas externas, unidade de cuidados intensivos e serviço de urgência.
O banco de urgência, que anteriormente tinha apenas quatro camas, tem hoje 10, onde ficarão os doentes em observação. Esta reabilitação teve também em conta a necessidade da criação de quartos para os técnicos de serviço.
O Chefe de Estado visitará, ainda no Namibe, a estação de tratamento de água, de acordo com a nota de imprensa da Casa Civil da Presidência.
O PR segue no mesmo dia para o Cunene, onde tem já audiências individuais marcadas com o bispo da Igreja Católica, Dom Pio Hupunhati, e com o bispo da Igreja Evangélica Luterana de Angola, Tomás Ndawanapo.
Ainda no Cunene, João Lourenço vai verificar a dimensão dos "efeitos destrutivos" da seca que assola a província, bem como o andamento do projecto que visa mitigar os efeitos deste fenómeno.
O Cunene, recorde-se, está oficialmente em situação de calamidade devido à seca e as autoridades locais e a sociedade civil tem insistido junto do Governo de Luanda para a urgência de medidas atenuadoras da situação de catástrofe natural.
De recordar também que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) considera que os problemas da seca no sul de Angola estão a ser engrossados por uma inadequada resposta humanitária às populações a precisar de ajuda que, segundo dados recentes das Nações Unidas, somam quase 2,3 milhões de pessoas, incluindo cerca de 500 mil crianças, sendo quase 900 mil as que se encontram em situação grave, das quais 43 mil são crianças.
Destas 43.578 crianças com malnutrição, o UNICEF detectou 2.500 com problemas severos de fome, tendo estas sido admitidas para tratamento alimentar de urgência.
A 02 de Abril, João Lourenço aprovou um pacote financeiro de 200 milhões de dólares para solucionar os "problemas estruturantes" ligados aos "efeitos destrutivos" da seca que atinge o Cunene.
No mesmo despacho presidencial é ordenado que sejam desencadeados, "de imediato, os procedimentos de contratação, por concurso público", dos serviços para a edificação de "um sistema de transferência de água do rio Cunene que partirá da localidade de Cafu até Shana, nas áreas de Cuamato e Namacunde, destinando para a obra o valor em kwanzas no equivalente a 80 milhões de dólares".
Um segundo projecto diz respeito à construção de uma barragem na localidade de Calucuve e do seu canal adutor associado, no valor de 60 milhões de dólares, no seu correspondente em moeda nacional.
São ainda destinados 60 milhões de dólares para a construção de uma outra barragem e o respectivo canal adutor, na localidade de Ndue.
"Além do concurso público para se encontrar empresas que possam edificar as obras anunciadas, o Presidente João Lourenço determina também no seu despacho que sejam contratados os necessários serviços de fiscalização", refere o documento.