O surgimento deste "Bloco da Solução", onde consta o Movimento de Unidade Nacional (MUN), um projecto político que aguarda a sua legalização pelo Tribunal Constitucional (TC), segundo o presidente do PDP-ANA, Abreu Capitão, tem a ver o com o "desastre" da CASA-CE nas últimas eleições de 2022, em que a coligação perdeu os 16 deputados.

"Depois de uma profunda análise, concluímos que chegou a hora de mudarmos o quadro. Assinámos o memorando de entendimento, com a criação deste "Bloco da Solução", que está aberto a outras formações políticas interessadas", acrescentou Abreu Capitão.

De acordo com o político, os angolanos enfrentam uma crise económica e social sem precedentes e o surgimento do "Bloco da Solução" visa alternar o poder em Angola e devolver o bem-estar dos angolanos.

"No próximo ano, Angola vai completar 50 anos de independência. Até aqui, as coisas não melhoraram. É necessária uma nova força política para resolver os problemas da população", acrescentou.

O ex-deputado à Assembleia Nacional, Makuta Nkondo, não acredita que a nova plataforma política venha a ser reconhecida pelo Tribunal Constitucional, face às dificuldades que este órgão de soberania cria à formação de novos partidos políticos.

"Não acredito que esta coligação venha a ter pernas para andar. O PRA-JÁ Servir Angola, com todas as condições criadas para a sua legalização, é sempre barradoo pelo TC. Este é mais um exercício em vão", referiu Makuta Nkondo, que não obstante a situação, saudou a iniciativa.

"O Tribunal Constitucional (TC) cumpre ordens do partido no poder. O Tribunal Constitucional é última instância capaz de dirimir conflitos e dar uma resposta, mas isso não acontece no nosso País", acrescentou, salientando que o Movimento de Unidade Nacional (PUN) luta para a sua legalização como partido político há mais de quatro anos.

Segundo Makuta Nkondo, a plataforma política pretende indicar o presidente do Movimento de Unidade Nacional, Karl Manuel Mponda, que vive nos Estados Unidos de América há mais de 20 anos".

"Karl Manuel Mponda não pode liderar a plataforma política, porque o Artigo 110.º da Constituição de Angola diz que "são elegíveis ao cargo de Presidente da República os cidadãos angolanos de origem, com idade mínima de trinta e cinco anos, que residam habitualmente no País há pelo menos dez anos. Karl Manuel Mponda não preenche esses requisitos", argumentou.

No sábado dia 24, uma nova plataforma política integrada pelos partidos Democrático para o Progresso da Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA),Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), ambos integrantes da CASA- CE, e o projecto político Movimento de Unidade Nacional, assinaram um memorando de entendimento que resultará numa coligação pós-eleitoral que ainda não tem nome.

Abreu Capitão presidente do PDP-ANA, disse aos jornalistas que muitos partidos sem assento na Assembleia Nacional manifestaram o interesse de fazer parte desta coligação.

"As portas estão abertas, porque o nosso objectivo é a alternância do poder em Angola", disse Abreu Capitão.

Com a saída do PDP-ANA, PNSA e do Bloco Democrático, a Coligação para a Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), fica apenas com três partidos, nomeadamente PALMA, PADDA-AP e PPA.

Refira-se em 2012, a CASA-CE, fundada neste ano, conseguiu 08 deputados, e com o efeito Abel Chivukuvuku, que liderou a formação política, duplicou o número de deputados, passando para 16 em 2017.

Nas últimas eleições, em 2022, a coligação não conseguiu eleger um deputado.