À espera do material de apoio às eleições gerais de 24 de Agosto estava o presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Manuel Pereira da Silva.

A espanhola Indra foi a empresa contratada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para organizar parte fundamental do processo eleitoral de Agosto próximo em Angola.

A escolha da empresa, que já esteve presente em várias eleições em Angola, e que tem um vasto currículo de fornecimento de soluções tecnológicas e logística eleitoral em vários continentes, mas também vários processos complicados relacionados com a lisura eleitoral em África e na América Latina, tem sido amplamente criticada pelos partidos da oposição.

A Indra é vista pela oposição angolana como estando na génese das repetidas fraudes eleitorais no País. E, segundo o jornal El Confidencial, apesar de recusar culpa, foi multada em Espanha, no decurso de uma investigação pelo pagamento de comissões ilegais de quase 3 milhões USD, durante as presidenciais angolanas de 2012.

Em resposta a esta polémica contratação, a CNE veio a pública repudiar as acusações, tendo o seu porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, em conferência de imprensa, explicado que apenas duas empresas apresentaram propostas e que uma delas, a SmartMatic, foi excluída por violação das regras do concurso, tendo sobrado apenas a Indra, a quem foi, por isso, entregue o contrato.

Lucas Quilundo, sobre as acusações e suspeitas que pendem sobre a Indra, apressou-se a sublinhar que a CNE é alheia a essas questões e nada têm a ver com o concurso que é da responsabilidade da Comissão, acrescentando que esta não tem qualquer conhecimento de impedimentos legais para esta empresa ser escolhida.

A CNE não tem interesse que o processo seja ensombrado de qualquer maneira, sublinhou o responsável, mas adiantou que os factos são os factos: "A CNE lança um concurso e apresentam-se dois concorrentes, um é eliminado, é assim em qualquer competição, ainda que tivesse havido mais concorrentes só um sobraria e prevaleceu a Indra".