José Carvalho da Rocha salientou, no entanto, e seguindo as recomendações da União Africana (UA) e da SADC - a exemplo do que fez também, em 2011, a União Europeia (EU) - que o seu departamento está a criar regulamentação "que possa proteger o ciberespaço" angolano.
Contudo, pode dizer-se que as maiores atenções do responsável governamental pelas Telecomunicações e Tecnologias da Informação estão na entrada em funcionamento do satélite angolano Angosat, esperada para 2017.
"O Angosat vai provocar uma revolução em termos do mundo académico, pois vamos transferir conhecimento ao mais alto nível. Este é, também, um desafio que lançamos ao mundo académico para que comece, de facto, a interessar-se por esta área da Ciência e da Tecnologia, e a formar" técnicos nesta área e para o futuro, antecipou o ministro.
E o Angosat acabou por estar no centro das respostas do Ministro das Telecomunicações e Tecnologias da Informação para os maiores problemas que atingem este sector no país.
José Carvalho da Rocha respondeu às várias perguntas dos jornalistas sobre as condições da comunicação via Internet, sobre os tarifários das comunicações, a entrada em funcionamento da Televisão Digital Terrestre (TDT), sobre a Angola Telecom e o Correio Postal.
Sobre a TDT, que considerou ser uma das "próximas revoluções a que assistiremos", o ministro salientou que "ao nível da região avançou-se uma data que, por diversas razões, os países não conseguiram cumprir e que, por isso, vai haver, proximamente, uma avaliação do processo".
O governante a acrescentou que Angola já tem aprovado o seu programa de TDT, esclarecendo que o país está "a procurar saber como pode desenvolver o programa e, para isso, a mobilizar os sectores público e privado".
Entretanto, José Carvalho da Rocha abordou a questão das tarifas, concordando que o seu sector tem necessidade de alterar a taxação das comunicações. Da análise que está ser feita, "chegámos à conclusão de que precisamos, de facto, de alterar a forma de taxação das comunicações. De forma a que qualquer um de nós, enquanto utilizador, possa saber o que usa e o que paga".
Ainda disse que a instalação do cabo de fibra óptica entre Sangano e o Brasil visa garantir uma melhor taxação dos custos de telefonia móvel. O ministro revelou também que internamente já foram instalados 20 mil quilómetros de cabo de fibra óptica, que permitiram a ligação entre as 18 capitais provinciais do país.
Sobre a atribuição da terceira licença de telefonia móvel à Angola Telecom, o ministro referiu que tal se enquadra no plano de liberalização do sector e que espera que a empresa pública, que se encontra em processo de reestruturação, rapidamente ser transforme num "grande contribuinte do Orçamento Geral do Estado".
José Carvalho da Rocha garantiu que o seu sector vai continuar a trabalhar para melhorar as estruturas de rede e continuar a criar estratégias, de modo a que cada vez mais cidadãos possam ter acesso às tecnologias de informação e comunicação.