"As portas estão abertas a todos os militantes. Ninguém correu com Sapalo António e Gaspar Fernandes, que reconheço são militantes muito influentes no partido. O que aconteceu é que os mesmos não reuniram certos requisitos", disse em conferência de imprensa Benedito Daniel, no acto de lançamento da campanha eleitoral.

Benedito Daniel negou acusações de que terá influenciado a comissão organizadora do congresso, para disputar sozinho a presidência do partido, dado o peso de Sapalo António no seio do partido.

"Eu já derrotei o Sapalo António no congresso passado. Não tenho medo, porque gozo da confiança dos membros e militantes do partido", gabou-se o também deputado à Assembleia Nacional.

O líder do PRS, que diz ter encontrado o partido dividido quando foi eleito pela primeira vez, defende, a partir de agora, "mais coesão, com vista ao reforço da unidade de acção e pensamento para o cumprimento dos grandes objectivos estratégicos do partido".

"Embora nas últimas duas eleições o partido não tenha conseguido atingir três deputados para formarmos um Grupo Parlamentar, o facto de estarmos sempre na Assembleia Nacional, diz que o nosso trabalho é positivo", afirmou, garantindo que nas próximas eleições a organização estará "muito forte", porque continuam a receber líderes de comissões instaladoras que não conseguem legalizar os partidos no Tribunal Constitucional (TC).

"Nesta fase, um dos principais desafios do nosso partido é a revitalização das estruturas de base, por considerar que este trabalho impulsionará, ainda mais, as suas acções políticas no País", referiu.

Questionado sobre as reivindicações do Movimento Protetorado Lunda Tchokwe, nas Lundas onde o PRS tem uma forte base eleitoral, Benedito Daniel respondeu que o povo das Lundas, de onde saem muitos diamantes, é excluído.

"O Executivo não presta atenção aos habitantes das Lundas. Hoje, a pobreza numa terra rica em recursos minerais é absoluta. Face à situação, o povo não se vai calar e reclamar os seus direitos", concluiu.

Refira-se que o coordenador da comissão organizadora do congresso, Donji Vieira, disse que o antigo vice-ministro da Indústria no Governo da Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), pelo PRS, Sapalo António, e Gaspar Fernandes dos Santos, actual secretário nacional da JURS, braço juvenil do PRS, não reúnem condições para concorrer à presidência do partido.

O Partido de Renovação Social foi fundado em 1990 e na primeira eleição em que participou, em 1992, ganhou seis assentos na Assembleia Nacional.

Em 1999, o partido passou por um período de conflito interno, em que quatro deputados foram expulsos.

O PRS conquistou 3,17% dos votos nas eleições de 2008, ganhando oito assentos dos 220 da Assembleia Nacional.

Nas eleições de 2012 o partido viu a sua bancada reduzir-se a três cadeiras, e na de 2017 a duas. Para as eleições de 2022 o partido conseguiu dois deputados.