A capital angolana está sob fortes medidas de segurança, vigiada ao milímetro pelas secretas dos dois países, e a visita de Joe Biden ao Museu da Escravatura, amanhã, terça-feira, 3, da parte da tarde, levou as autoridades administrativas a proibirem, também temporariamente, o embargue e desembargue de passageiros, no embarcadouro, assim como toda a movimentação marítima naquela região.

Centenas de pessoas, que têm a sua actividade laboral na Ilha do Mussulo, e que todos os dias usam aquele ponto para se deslocarem, viram-se impedidos de ali partirem.

Nem mesmo dezenas de trabalhadores da construtura Omatapalo, que diariamente usam aquele embarcadouro, foram autorizados a seguir viagem, ficando todos em terra para seu espanto.

A circulação de pessoas ao longo da Praça do Artesanato, no Museu da Escravatura, está proibida, e, segundo os moradores e vendedores, apenas este domingo lhes foi dito que o espaço estará encerrado.

Os estabelecimentos comerciais, e não só, ao longo do Morro dos Veados até à Barra do kwanza, como verificou o Novo Jornal esta segunda-feira, estão encerrados até o fim da visita do Presidente dos EUA, com uma presença policial muito musculada.

Entretanto, as montanhas ao longo do Morro dos Veados, que têm servido de "monte de orações" para algumas confissões religiosas do País, estão sob forte controlo das forças de defesa e segurança dos dois países, e alguns supostos fiéis que ali se dirigem estão a ser revistados.

Em diversos pontos da província de Luanda, meios aéreos dos EUA são vistos a sobrevoar os céus da capital angolana.

Algumas artérias da cidade por onde se crê que vai passar a caravana do Presidente Biden estão embelezadas, com cartazes a dar as boas vindas ao Chefe de Estado norte-americano.

Por detrás do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, na zona do Cassequel, em alguns sítios, como atestou o Novo Jornal, é notória a presença de efectivos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e de tropas da Unidade de Defesa Presidencial (UDP).

Moradores afirmam que o bairro tem vivido momentos de paz, embora reconheçam ser por conta da vinda a Angola do Presidente norte-americano.

Na embaixada americana há reforço policial e militar por causa da grande movimentação de cidadãos, sobretudo de norte-americanos, naquela representação diplomática, onde se prevê que Biden se irá deslocar.

Na base Aérea militar e da Marinha de Guerra Angolana fontes asseguraram ao Novo Jornal que há movimentações de tropas americanas e de meios.

Em alguns hotéis, no centro da cidade, o Novo Jornal verificou que não há reservas nem espaço para mais ninguém até à próxima sexta-feira.

O Novo Jornal constatou, em duas unidades hoteleiras de referência, uma forte presença de tropas americanas e de viaturas da caravana presidencial dos EUA.

Entretanto, o Governo Provincial de Luanda (GPL) decretou tolerância de ponto para terça-feira, 3, e quarta-feira, 4, devido à chegada de Joe Biden a Angola.

A medida, segundo o GPL, visa reduzir o trânsito e permitir que os cidadãos acompanhem a visita do líder norte-americano, que ficará no País por três dias, a convite do Presidente João Lourenço.