A direcção do hospital assegura que há exames médicos muito dispendiosos feitos a custo zero, que deviam ser cobrados para facilitar a gestão económica.

O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola defende que todos os funcionários públicos e privados tenham obrigatoriamente seguro de saúde para haver bom atendimento e não faltem medicamentos nos hospitais, embora reconheça ser necessário a cobrança das comparticipações das consultas externas nos hospitais.

Entretanto, a direcção do maior hospital da região sul de País assegura de que a tabela de cobrança dos serviços que foi apresentada à direcção do hospital, em 2021, não satisfaz e está completamente desactualizada, tendo em conta o actual cenário económico.

Maria Lina Antunes, directora do hospital, disse recentemente à imprensa que os actuais preços cobrados não servem de nada ao hospital.

"Essa tabela está completamente ultrapassada e nada tem a ver com os custos actuais e não nos serve de nada. Estar a cobrar e não cobrar dá no mesmo, não nos serve", afirmou.

Segundo a responsável, a tabela de preços, de 2021, não incluía exames que agora são realizados nesta unidade sanitária.

"Em 2021 não se fazia no País exames de ressonância, microbiologia, TAC, biópsia e outros, que não constam da tabela e não são cobrados. Ou seja, a maioria dos exames que são mais custosos não constam da tabela e isso limita ainda mais o retorno de algum dinheiro para o hospital poder sobreviver", assegura.

Segundo a directora, em 2022, só em comparticipações das consultas externas, o hospital chegou a arrecadar cerca de 300 milhões de kwanzas, facto que facilitou a gestão económica da maior unidade sanitária da região sul.

A responsável afirmou que 80% desse valor servia para pagar aos colaboradores, explicando que, neste momento, há dois meses de dívida para com os colaboradores e pessoal da segurança.

Em declarações ao Novo Jornal, o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, assegura que a cobrança de comparticipações nos hospitais públicos é de Lei, mas que por gestões políticas e eleitorais não são cobradas na maioria dos hospitais.

Segundo o sindicato dos médicos, a cobrança das comparticipações ajuda a gestão e o atendimento público.

Entretanto, o sindicato defende que o Estado crie leis que determinem que todos os funcionários públicos e privados têm seguro de saúde.

Adriano Manuel admitiu que o Hospital Central do Lubango, na provincial da Huíla, precisa, sim, de ver aumentado os preços das comparticipações dos utentes nas consultas externas, por ser a unidade de saúde mais organizada, não só da região sul, mas do País.

"As comparticipações melhorariam ainda mais o atendimento dos utentes nos hospitais e a gestão financeira das unidades", garantiu.