O MINSA garante que o primeiro ponto do caderno reivindicativo, o reenquadramento do presidente do SNMEA, Adriano Manuel, ficou ultrapassado no encontro desta segunda-feira, facto que o SNMEA nega considerando que o MINSA impõe posicionamento.

Segundo o sindicato, nenhum ponto do caderno reivindicativo ficou ultrapassado e na proposta do ministério "nota-se uma clara intenção em expulsar o líder sindical da função pública".

"No primeiro ponto eles querem que o presidente do SNMEA vá para uma unidade hospitalar sob responsabilidade directa do ministério. Nós queremos que vá para um hospital autónomo à sua escolha", disse ao Novo Jornal uma fonte do sindicato, assegurando que este ponto tem pendor político.

Conforme o sindicato, os profissionais da saúde exigem apenas melhores salários e subsídios, como recompensa do trabalho que prestam no sector.

"Precisamos de respeito e dignidade, por isso exigimos bons salários e bons subsídios. Perdemos noites e ganhamos um salário de miséria", narram.

Ao Novo Jornal, Adriano Manuel, dirigente do SNMEA, assegurou que a greve é de âmbito nacional e está a ser cumprida a 95 por cento em todo o território nacional.

Na sexta-feira, o sindicato acusou o Ministério da Saúde (MINSA) de ter desrespeitado a classe quando, no dia anterior, quinta-feira, 2, durante uma reunião para um entendimento entre o Governo e o SNMEA, altos representantes da ministra na mesa das negociações "preferiram abandonar o diálogo para atender a um convite de um programa da Televisão Pública de Angola".

O líder sindical lamentou o facto e diz não entender por que razão o Ministério da Saúde não quer negociar.

Em declarações à imprensa, esta segunda-feira, o secretário de Estado para área hospitalar, Leonardo Inocêncio disse que as negociações vão continuar esta tarde (a partir das 15:00) na sede do MINSA, para chegarem a um entendimento.

Sobre o primeiro ponto reivindicativo, a recolocação imediata do presidente do sindicato, bem como a nulidade do processo disciplinar que teve a nível do Hospital Pediátrico David Bernardino, o governante disse que foi já atendida, com a passagem de duas guias para o seu reenquadramento na Maternidade Lucrécia Paim ou Hospital Américo Boavida, à sua escolha.

"No segundo dia estivemos a debater os pontos números três, quatro, cinco e seis, os quais têm a ver com a questão salarial e os subsídios, tivemos participação dos técnicos do Ministério das Finanças e do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, e ficaram esses pontos de serem levados para as titulares da pasta para subsequentemente se encontrar um caminho para a questão da resolução salarial dos profissionais", salientou.

Leonardo Inocêncio sublinhou que quando se está em negociações não se pode partir para a greve, considerando que esta é uma atitude "contrária ao diálogo".

Segundo o governante, o Executivo tem vindo a melhorar as condições de trabalho e das infra-estruturas, com novos equipamentos, além de aumentar o número de profissionais.