E a matéria-prima que sustenta grandemente a economia angolana (ver links em baixo) voltou a respirar, saindo dos 58 USD, ainda na quarta-feira, para uns ainda na condição de cuidados intensivos, mas já fora de perigo - por enquanto -, depois de o Presidente norte-americano ter tirado da cartola mais um "joker".
Ao mesmo tempo que agravava ainda mais as tarifas contra a China, cuja tradução em números são 20% em 2018, no seu primeiro mandato, mais 34% na semana passada, depois mais 50% na terça-feira desta semana e, ontem, quarta, 09, mais 21%, para um total de 125% de taxas alfandegarias contra Pequim, Trump mandava suspender por 90 dias o "castigo" a quase 80 países que não ousaram retaliar...
E isso aliviou a pressão arterial nos mercados e o barril de petróleo voltou a ganhar um tom esverdeado, passando de pouco mais de 58 USD para os actuais, perto das 09:00 de hoje, hora de Luanda, 10 de Abril, 63,98 USD, sendo que este valor é também uma perda relevante de 2,67% face aos ganhos do final da sessão de ontem, quando atingiu os 65.98 graças à decisão de Trump.
Isto, porque os mercados, que estavam em stresse severo, viram no recuo do Presidente dos EUA na aplicação das taxas a dezenas de países como uma espécie de mea culpa, devido aos efeitos dramáticos nas bolsas americanas, que estavam a cair para valores perigosos, tal como o crude, que só se vira tal na crise da pandemia da Covid 19.
Mas, aparentemente, o alívio pode ter sido sol de pouca dura, porque depois do efeito subido, veio o refluxo quando os analistas perceberam que a China, actor fundamental neste filme do cowboy Trump, ainda estava sob fogo da Casa Branca, havendo mesmo analistas que admitem que esta guerra de tarifas posssa evoluir para... fogo real.
Trump veio, apesar de tudo, garantir saber que a China "quer um acordo", que no fim "vai haver um acordo", mas que, por ora, Pequim "não sabe como fazer porque os chineses são orgulhosos". A resposta foi quase imediata, e o porta-voz do Governo chinês avisou que "não haverá mudança" na política de luta até ao fim.
O facto de a União Europeia, que até já tinha definido um calendário de contra-medidas, curiosamente, ficou dentro da lista dos países que foram "indultados" cm a suspensão por 90 dias das tarifas norte-americanas.
Seja como for, essa decisão permitiu ao barril de Brent recuperar perto de 4% depois de ter perdido quase 8% nos últimos dias...
Só que a China, o maior importador de crude do mundo, e a segunda maior economia planetária, ainda se mantém de dedo no gatilho, procurando ripostar contra os 125% de tarifas com os já conhecidos 84% contra os bens Made in USA e a ameaça de que não vai recuar e "lutará até ao fim".
Para já, à recuperação nos mercados do crude, relativa, face aos números dos últimos seis dias, tem a companhia dos mercados bolsistas, o que é um sinal de que a economia global está ansiosa por um alívio mais sólido que, se não puder ser um acordo de paz entre Pequim e Washington, que seja pelo menos um armistício alargado.