Ontem, as intervenções relativas a este assunto, que constituiu um dos temas fortes da reunião de intercessão 2015 do Processo Kimberley, que se realiza em Luanda, revelaram que as partes envolvidas tudo estão a fazer no sentido de que, até ao final do encontro, se indique o vice-presidente.
Neste contexto, o presidente do PK, Bernardo Campos, clarificou, a propósito, que a Austrália vai fazer uma declaração durante a reunião, que vai mudar o quadro actual em que se encontra o impasse, informando também que a coligação da sociedade civil não tem o direito a voto, uma situação que, na sua óptica, seria importante.
Explicou que o PK procura basear-se em três pilares fundamentais: os governos, a indústria e a sociedade civil.
Por sua vez, o PK procura consensos e faz esforços no sentido de que todas estas forças congregadas dêem o seu apoio ao candidato (aquele que vai assumir a presidência).
"Não é o caso até agora. Notamos que ainda existe alguma resistência por parte da sociedade civil, mas vamos continuar a trabalhar. A sociedade civil não inviabiliza o processo, mas não é conveniente que se passe numa situação dessas", referiu o presidente do PK.
"Vamos continuar a trabalhar com as várias partes que compõem o Processo Kimberley e acreditamos que podemos chegar a uma posição mais próxima, em definitivo", disse Bernardo Campos, em relação a eleição do vice-presidente.
No caso de não se chegar a um consenso, o que seria a primeira vez, Bernardo Campos sublinha, entretanto, que seria bom que a organização revisse os métodos de eleição, uma ideia corroborada também pelo Comité de Regras e Procedimentos liderada pela Rússia.
Por sua vez, o director do Centro Comercial de Diamantes do Dubai, Peter Meeus, afirmou que a decisão da vice-presidência do Processo Kimberley é decidida pelos participantes, enquanto a sociedade civil participa apenas como observadora.
Referiu que o Dubai, apesar de ter visto recusada a sua candidatura ao Processo Kimberley desde 2011, gostaria de trabalhar com a sociedade civil.
"Nós não vamos retirar a nossa candidatura nem daqui a cem anos", pontualizou Peter Meeus.
O responsável disse esperar que um dia possa haver um aperto de mãos entre o Dubai e a sociedade civil, pois não entende o porquê de tanto ressentimento.
Por isso, sublinhou, "Nós estamos preparados para chegar a qualquer tipo de acordo, desde que construtivo, e já temos uma agenda para o Processo Kimberley".
Já a sociedade civil opõe-se a candidatura do Dubai por falta de confiança e por achar que este país possui posições antagónicas.
Por sua vez, a embaixadora da Venezuela, Lourdes Elena Perez Martinez, referiu que a Venezuela prepara-se para voltar ao PK, um retorno que vai ajudar o sector diamantífero e dentro das linhas de política do seu governo fortalecer as políticas públicas no sector mineral.
Angop/NJ