Trata-se de "um moçambicano, com mais de 75 anos, que voltou de uma viagem ao Reino Unido em meados deste mês", revelou, em conferência de imprensa, o ministro Armindo Tiago, acrescentando que a infecção foi confirmada no laboratório do Instituto Nacional de Saúde (INS) nas últimas 24 horas.

O doente tem sintomas ligeiros, está em isolamento domiciliário e sob acompanhamento clínico pelas autoridades de saúde do país, destacou o ministro.

"Como mandam as regras da Organização Mundial da Saúde (OMS), decorre um rastreio de contactos" mantidos pelo portador do vírus, para "monitorização e avaliação de eventuais cadeias de transmissão do vírus", explicou.

Uma actualização da contagem realizada pela agência de notícias AFP, divulgada este domingo, a partir de fontes oficiais, revela que mais de 300.000 casos de infecção pelo novo coronavírus foram registados em todo o mundo desde o início da pandemia.

De acordo com a contagem da agência noticiosa, até às 09:00 de hoje existiam pelo menos 300.097 pessoas infectadas, das quais 12.895 morreram, em 169 países e territórios.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.