O escândalo é exactamente esse: ter quebrado a regra dos invisíveis, ter afirmado que ele próprio sabia o que todos sabiam, que ele tinha uma cor de pele diferente da dos restantes. O assomo da sua identidade racializada significa antes de mais a assumpção do racismo em Portugal. Por um lado, o racismo dos que em silêncio, na cobardia do racismo encapotado, colocaram a hipótese de um chefe do governo português não branco não condenar actos de vandalismo por causa de envolvimentos de cidadãos não brancos e, por outro lado, o facto de António Costa ter assumido que tem uma cor de pele diferente e que apenas isso pode ter sido a razão para a dúvida quanto ao seu posicionamento, ou seja, a motivação da pergunta ter sido rácica.

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