Segundo um comunicado da delegação provincial do Minint da Lunda Norte, o homicídio ocorreu hoje pelas 10:00 no bairro Domingos Vaz, na comuna do Longo, município de Xá-Muteba.

Um rapaz de 17 anos foi baleado por, alegadamente, se insurgir contra o soldado durante uma acção de sensibilização para o uso de máscaras, como medida preventiva contra a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Em retaliação, a esquadra local foi vandalizada pela população, que queimou "alguns meios que lá se encontravam", acrescentou o Minint.

O autor do disparo, um soldado das FAA pertencente à 75.ª Brigada de Infantaria do Luzamba, "já se encontra a contas com a justiça", adiantou a nota.

Nos últimos dias, dois jovens foram mortos pela polícia angolana em tentativas de dispersão de aglomerações.

Na quinta-feira, um jovem de 14 anos foi vítima de um disparo da polícia, quando dispersava populares na praia das Tombas, em Benguela.

No sábado, um outro jovem, de 21 anos, morreu na sequência de disparos efectuados por efectivos policiais, para dispersar um ajuntamento de pessoas na zona do Rocha Pinto, em Luanda.

De acordo com a polícia, os cidadãos "partiram para agressão contra as forças da ordem, arremessando paus, pedras e garrafas", mas familiares do jovem alegam ter sido morto porque não estava a usar máscara.

A polícia angolana tem sido acusada de uso excessivo de força durante o estado de emergência, que Angola cumpre desde 27 de Março, para conter a pandemia de covid-19.

Por seu lado, as autoridades policiais têm reportado actos de desobediência e mesmo agressões físicas dos cidadãos aos agentes.