O que António Costa disse em Lisboa foi que a TAP não pode estar a anunciar um plano de rotas a partir de 15 de Junho "sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras" definida pelo Governo português.

O Estado português detém 50% do capital da TAP mas esta questão não resulta de divergências da gestão da empresa, sendo antes um problema sanitário, porquanto as fronteiras lusas estão ainda parcialmente encerradas devido à pandemia da Covid-19 e o país ainda não definiu um plano de reabertura do seu espaço aéreo.

O primeiro-ministro do Governo de Lisboa avisou a comissão executiva da TAP, em declarações citadas pela Lusa, que "tem o dever legal de gestão prudente" e não pode anunciar planos de retoma das operações sem analisar o que está a ser concebido para a reabertura das fronteiras pelo Executivo, sublinhando que "a gestão das fronteiras é uma responsabilidade soberana do Estado".

Por outro lado, em Angola, também o decreto Presidencial publicado pelo Presidente João Lourenço que define as normas do estado de calamidade pública mantém encerradas as fronteiras do país, o que quer dizer que, tal como no estado de emergência, também só são permitidos voos humanitários, condicionados a prévia autorização das autoridades de Luanda, o que se revelaria igualmente um impedimento para que a TAP volte a voar de forma regular e comercial para e a partir da capital angolana.

Entretanto, como o Novo Jornal avançou na terça-feira, também a TAAG ainda não tem definidos planos para a retoma das suas operações, até porque a condição de fronteiras de acesso limitado impede a definição de um plano com essas características.