José Carvalho da Rocha explicou que o diagnóstico global do Angosat-1 está a ser elaborado por uma equipa mista composta por técnicos angolanos e russos, responsável pelo investimento que, globalmente, custou aos cofres do Estado mais de 300 milhões de dólares, embora o satélite propriamente dito tenha custado apenas 120 milhões.
Recorde-se que logo após o lançamento surgiram problemas técnicos.
"As informações oficiais que temos é que o satélite está em orbita. A fase do programa (construção, testes e entrega é da responsabilidade russa e eles vão-nos entregar o satélite em Abril deste ano", disse, questionado pelos jornalistas, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação.
No caso de existirem alguns problemas com o satélite, o ministro respondeu que a parte angolana não sairá prejudicada porque o contrato acautela os interesses do país.
"O contrato prevê todos os extremos e, nesta indústria, todos os riscos são acautelados, desde a construção, lançamento e transporte. Todas essas etapas estão asseguradas", garantiu.
Questionado sobre a possibilidade de Angola já ter recebido dinheiro de clientes para o seu satélite de comunicações que terá como abrangência o continente africano e parte da Europa, Carvalho da Rocha explicou que foram feitas apenas reservas e que depois de estar disponível comercialmente é que serão feitos os contractos.
"O que as empresas nesta altura fizeram são as reservas. O Governo angolano ainda não recebeu dinheiro", clarificou o governante.
Esclarecendo que o satélite teve um custo de 120 milhões USD, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, esclareceu que a soma de 320 milhões resulta da "reserva da sua posição orbital durante 18 anos, da construção das infra-estruturas, tivemos que trabalhar sobre seguimento terrestre e tivemos que fazer formação de alto nível do pessoal".
De acordo com o Governo, 40% da capacidade total comercial do satélite já está reservada e o Estado estima a recuperação do investimento em pelo menos dois anos.
A trajectória do Angosat
Ainda em fase de testes, o primeiro satélite angolano, AngoSat-1, lançado a 26 de Dezembro último, terá em Abril uma etapa decisiva para determinar se as falhas entretanto reportadas comprometeram o seu desempenho. Neste caso, Angola poderá exigir a substituição por um novo aparelho sem qualquer encargo adicional, antecipa a imprensa russa.
Uma das cláusulas do contrato divulgadas pela imprensa russa e que enquadra o negócio nassinado entre o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e a Rosoboronexport, empresa russa responsável pelas exportações militares do país, é clara quanto às responsabilidade russas.
Segundo o acordo, o Angosat-1 está coberto por um seguro de 121 milhões de dólares - valor assumido em partes iguais pelas empresas SOGAZ e VTB - montante suficiente para garantir a sua construção sem nenhum rombo nas contas da RSC Energia, empresa que lidera o consórcio russo responsável pela construção do engenho.
Embora os 121 milhões de dólares sejam quase metade dos 320 milhões investidos por Angola no AngoSat-1, a verba deverá ser suficiente para garantir o AngoSat-2, calcula a imprensa russa, tendo em conta que as despesas com as infra-estruturas já foram realizadas.
Os receios de um fracasso do AngoSat-1 aumentaram em meados de Janeiro, com relatos de problemas com a fonte de alimentação.
A queda de partes do foguetão que transportou o Angosat-1 na América do Sul foi no último episódio a envolver o aperelho espacil angolano, mesmo que de forma indirecta,