Estimava-se vacinar 5.549 milhões de crianças contra a pólio durante os três dias, da primeira fase. A informação foi prestada pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, no lançamento da campanha, em Calumbo, na província de Luanda. A vacina, administrada através de gota oral, destina-se aos 164 municípios do País.

O MINSA enfatiza em comunicado que, para a protecção total das crianças contra esse vírus, os pais ou tutores devem assegurar que os meninos sejam vacinados nas duas fases da campanha. A campanha, realizada de casa a casa, de porta a porta, nas igrejas, nos mercados e nas unidades sanitárias, tem a finalidade de alcançar todas as crianças enquadradas na referida faixa etária. A fim de "prevenir e darmos resposta à ocorrência de um caso de poliomielite no nosso País importado de países vizinhos", realça o comunicado.

Apesar do comunicado do MINSA, depois de ficar vencida a primeira fase, registaram-se episódios de pais ou tutores a ligarem para os serviços clínicos privados para saber se a vacina ainda estava disponível. Em resposta, como é fácil deduzir, as unidades sanitárias privadas que foram abordadas, respondiam negativamente, afirmando que a administração das gotas orais contra a pólio, relativas à campanha, só estavam disponíveis nos postos públicos (frisando que as clínicas privadas não estavam a administrar a vacina da campanha). E, findo o prazo, só seriam acessíveis nos hospitais ou postos de vacinação público.

É inadmissível que crianças fiquem sem ter a vacina contra a pólio. Ou alguns pais ou tutores não estiveram atentos à comunicação social ou o MINSA foi suave na divulgação, o que é pouco provável.

Apesar do referido episódio, milhares de crianças em todo o País receberam as gotas orais milagrosas. Por instante, conviveram com a Estrelinha Azul. E cantaram em coro: "A estrelinha cuia como o sambapito". O MINSA teve o cuidado de advertir no seu comunicado "se até ao meio-dia do dia 19, domingo, os vacinadores não passarem na sua casa, devem levar as crianças para a unidade sanitária mais próxima".

A vacinação é uma das maiores conquistas da medicina moderna, tendo desempenhado um papel crucial na erradicação de doenças devastadoras e na protecção da saúde pública. No entanto, mesmo com os avanços científicos, ainda existem mitos e hesitações em relação a isso, especialmente quando se trata de vacinar crianças. É fundamental entender e promover a importância da vacinação infantil para garantir a saúde e o bem-estar das gerações presentes e futuras.

É sobejamente sabido que as vacinas são extremamente eficazes na prevenção de doenças graves. Elas estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos específicos contra vírus e bactérias, protegendo as crianças contra uma variedade de enfermidades, desde a poliomielite e o sarampo até à difteria e à meningite. Ao promover-se a vacinação para todas as crianças, sem distinção, não só estamos protegendo-as individualmente, mas também a contribuir para a protecção de toda a comunidade, através da chamada imunidade de grupo.

Em Junho, mês consagrado à criança, a Estrelinha Azul brilha com alegria e esperança. Nos dias 28, 29 e 30. "Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, mesmo que já tenham sido vacinadas na rotina, na campanha do ano passado ou mesmo que estejam doentes", adverte o MINSA.

Portanto, vamos continuar a apoiar e a promover a vacinação, pois é somente através dela que podemos alcançar um futuro em que doenças evitáveis sejam apenas um capítulo do passado, e em que todas as crianças possam crescer e florescer livres do medo das enfermidades. Juntos, podemos transformar a promessa da vacinação numa realidade duradoura para todos. . ¦

*Mestre em Linguística pela Universidade Agostinho Neto