Luaty Beirão, um dos que faz questão de comparecer na manifestação que continua agendada apesar da proibição do GPL, diz que a decisão do Governo de Joana Lina não surpreende, visto que o mesmo aconteceu nas outras províncias.
Para o activista, que esteve preso em 2015 juntamente com outros companheiros, acusados de prepararem uma rebelião e um atentado contra José Eduardo dos Santos, "eles (Governo) que se escudem à vontade nesses pretextos para fazerem a única coisas que gostam: reprimir, prender, condenar".
"Lá estarei", garantiu por último o também presidente da Organização Não Governamental Handeka, que tem lutado pelo registo de 11 milhões de cidadãos sem assento de nascimento e sem Bilhete de Identidade.
Também Benedito (Dito) Dalí, um dos promotores da marcha, que falou com o Novo Jornal à saída de uma reunião com a Polícia Nacional, diz que a fundamentação do GPL é "uma insuficiência na comunicação da carta, por não ter sido colocada a morada", o que, garante, "é mentira".
"Nós, por anteciparmos as dificuldades, fizemos referência à nossa morada, profissão", explicou, dizendo ter na sua posse os documentos que o comprovam e que pretende partilhar.
Neste protesto agendado para o dia 11, mantêm-se a questão do combate ao desemprego, a marcação das eleições autárquicas e o afastamento de Edeltrudes Costa, chefe de gabinete do Presidente da República, sobre o qual foram divulgadas suspeitas de enriquecimento ilícito numa reportagem da portuguesa TVI, e do presidente da Comissão Nacional Eleitoral.
Em diversos locais da cidade de acesso ao Cemitério da Santana e ao 1º de Maio, incluindo na áerea do Shoprite no Palanca e no Cassequel do Teixeira, estão colocadas viaturas da Polícia de Intervenção Rápida, que, embora não interfiram com o dia a dia da população, podem ser vistos como um forte elemento dissuasor.