Numa intervenção proferida no Arquivo Histórico Nacional, o responsável pela Defesa norte-americana frisou que nos EUA existe uma consciência clara de que o continente africano é "fundamental e importante para mudar o mundo do seculo XXI, para a sua segurança comum"
E lembrou que "o Presidente Biden acredita que o sucesso de África é crucial para o futuro da Humanidade".
Mas sublinhou que África "não precisa de homens fortes, precisa de instituições fortes" e os EUA estão disponíveis para trabalhar nesse sentido, considerando que isso é de grande relevo num momento em que decorrem desafios sérios e profundos à democracia em África, numa clara referência aos sucessivos golpes de Estado na África Ocidental/Sahel.
E aproveitou para alertar o continente a partir de Luanda para o perigo que representam esses golpes, sublinhando mesmo a forma como "grupos de mercenários ao serviço de autocracias" como o russo Grupo Wagner, estão a contribuir para desestabilizar democracias em nome de governos que procuram ganhar influência "vendendo armas baratas" aos países africanos.
Avisou os generais que lideram golpes e ajudam à desestabilização dos países africanos que quando estes "se posicionam contra a vontade dos povos, sofre a segurança e morre a democracia", aproveitado para defender que o continente "não precisa de homens fortes, precisa de instituições sólidas", de lideres civis e não de lideres militares.
Mas defendeu que os militares têm um papel fundamental na defesa dos povos contra quem procura desestabilizar as sociedades abertas e democráticas, sublinhando que os verdadeiros miliares "servem os povos e os cidadãos", apostando nesta máxima os seus 41 anos de serviço militar atá à patente de general.
Disse ainda que os EUA não dão por certas as suas parcerias com os países africanos, sabendo que têm de trabalhar para as consolidar, como é o caso da que têm com Angola, garantindo que este é um país muito considerado em Washington.
E notou que os EUA também estão conscientes de que "o futuro pertence a quem defende a dignidade humana e não a quem a pisoteia", numa outra clara alusão à alegada contribuição russa para o crescendo de golpes de Estado no continente.
Falou neste seu discurso dos fundamentos da cada vez mais sólida parceria entre Washington e Luanda, dando como exemplo o Atlântico onde ambos os países têm interesse em combater não só a pirataria como a pesca ilegal, entre outros aspectos.
E enfatizou o potencial do trabalho conjunto em operações de paz, deixando garantias de que o seu Governo está disponível para contribuir, em conjunto com os seus parceiros africanos, para combater pandemias, a insegurança alimentar, a crise climática, o terrorismo, o ciberterrorismo e a desinformação onliner e a pilhagem dos recursos naturais no continente.
Disse que os EUA querem erguer parcerias assentes na democracia e no progresso e que defendem que esse progresso role em cima de regras e normas internacionais que apoiam a prosperidade.
"Queremos avançar assentes em parcerias fortes porque o futura está a ser escrito hoje", atirou para a plateia onde estavam dezenas de membros do Governo angolano, militares e a comitiva alargada de Lloyd Austin.